domingo, 17 de maio de 2009

Memória que chora

Quando sonhei contigo
estava acordado na berma
da memória que transborda
de um coração que chora.
Olhei para essa saudade
mas só vi um infinito triste
também chorando lá longe
no meio do capim quente
como se mantivesse eterno
o calor dos corpos enrolados
que há muito, muito tempo,
por lá andaram em juras
de amor tão férreo
quanto o sonho que então
nos ajudava a amar sem pensar
na dor que um dia seria
ver-te dizer adeus na esquina
desse horizonte petrificado
que me faz ainda hoje
estar acordado na berma
da memória que ainda chora.

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