Um antigo casarão de Paraty, Brasil, foi palco do protesto contra o acordo assinado entre oito países de língua portuguesa para uniformizar a ortografia. Ondjaki e Marcelino Freire lavraram o seu protesto.
Os autores angolano Ondjaki (foto) e brasileiro Marcelino Freire acusaram o acordo de atender a interesses comerciais e chamaram a atenção para o impacto das novas regras para as próximas gerações.
Eu adoptei o acordo para os textos que publico, mas faço-o com profundo pesar. Trata-se de uma questão comercial, disse Freire, autor de “Balé Ralé”.
As reservas de Ondjaki quanto à implantação do acordo recaem sobre a educação infantil. Como vamos educar, do ponto de vista da grafia, as próximas gerações? Qual é o plano para as crianças?, questionou o angolano, autor de “Bom dia, camaradas”.
Os dois participaram da reunião sobre o acordo ortográfico na Casa da Cultura, dentro da programação oficial da 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Ondjaki queixou-se ainda da falta de uma ampla consulta que referendasse o acordo. Os países não foram auscultados. Apenas um grupo de pessoas tomou a decisão. Não está claro que a maioria quer as mudanças. A decisão veio de cima. Não pode ser uma decisão política. A língua pertence a todos, afirmou, acrescentando que, em Angola, a adopção do acordo ortográfico foi profundamente ignorada.
O angolano argumentou ainda que uma das características mais marcantes da língua portuguesa é a diversidade. Não consigo ver a vantagem deste acordo se tanta gente gosta da diversidade, afirmou. Não existe lusofonia. Existe a língua portuguesa. Ela sobrepôs o nosso passado histórico. Não ficou na memória que Angola exportou escravos. Não é disso que tratamos.
Eu adoptei o acordo para os textos que publico, mas faço-o com profundo pesar. Trata-se de uma questão comercial, disse Freire, autor de “Balé Ralé”.
As reservas de Ondjaki quanto à implantação do acordo recaem sobre a educação infantil. Como vamos educar, do ponto de vista da grafia, as próximas gerações? Qual é o plano para as crianças?, questionou o angolano, autor de “Bom dia, camaradas”.
Os dois participaram da reunião sobre o acordo ortográfico na Casa da Cultura, dentro da programação oficial da 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Ondjaki queixou-se ainda da falta de uma ampla consulta que referendasse o acordo. Os países não foram auscultados. Apenas um grupo de pessoas tomou a decisão. Não está claro que a maioria quer as mudanças. A decisão veio de cima. Não pode ser uma decisão política. A língua pertence a todos, afirmou, acrescentando que, em Angola, a adopção do acordo ortográfico foi profundamente ignorada.
O angolano argumentou ainda que uma das características mais marcantes da língua portuguesa é a diversidade. Não consigo ver a vantagem deste acordo se tanta gente gosta da diversidade, afirmou. Não existe lusofonia. Existe a língua portuguesa. Ela sobrepôs o nosso passado histórico. Não ficou na memória que Angola exportou escravos. Não é disso que tratamos.
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