quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Nas minhas costas ainda
há espaço para mais facadas

São muitos,
cada vez mais,
os que ao meu lado
fogem sem pensar
e me vão apunhalando,
quase sempre pelas costas.
São poucos,
cada vez menos,
os que pensam,
sem fugir.
Por cada punhalada,
recebem uma promoção,
uma gratificação,
um elogio.
Mas, como dizia o Mais Velho,
ainda é a dor
que nos faz andar,
ainda é a angústia
que nos faz correr,
ainda são as lamúrias
e as lamentações,
que de vários cantos
do país nos chegam,
que nos fazem trabalhar;
Ainda é a razão
dos mais fracos
contra os mais fortes
que nos faz marchar.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

... Ainda é a dor

Ainda é a dor
que nos faz andar,
ainda é a angústia
que nos faz correr,
ainda são as lamúrias
e as lamentações,
que de vários cantos
do país nos chegam,
que nos fazem trabalhar;
Ainda é razão
dos mais fracos
contra os mais fortes
que nos faz marchar.

(Jonas Savimbi)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

domingo, 15 de fevereiro de 2009

«O Silêncio dos Teus Olhos» de Hugo Girão

Punhal na alma... pelas costas

Na vida das esquinas
encontrei esquinas
que me apontaram a vida
que, afinal, estava mesmo
ao dobrar da esquina.
Apesar disso chorei
quando senti o punhal
entrar-me pela alma
sem verter uma gota de sangue
porque esse jazia
sonolento num corpo perdido
na madrugada que anoitecia
sem se lembrar da poesia
que nascera décadas antes
nos córregos sinuosos
de uma saudade castigadora
bem mais lancinante
do que o punhal que me feriu
a alma e que, mais umva vez,
foi espetado pelas costas.