sexta-feira, 31 de julho de 2009

Alfarrabistas constituem associação

Sessenta e dois membros, oito dos quais ligados à Mesa da Assembleia Geral, estão inscritos até ao momento na futura Associação dos Alfarrabistas, Leitores e Expositores de Angola (A.A.L.E.A), que aguarda pela promulgação do Estado para dar início às actividades programadas.

A informação foi avançada hoje à Angop, em Luanda, pelo presidente da Assembleia Geral, João António de Carvalho, para quem a organização virá dar outra dinâmica à actividade, procurando defender em pleno os interesses da classe.

O responsável explicou que, dos 62 membros inscritos, apenas oito são efectivamente alfarrabistas, sendo os demais profissionais de outros ramos, tais como protocolo do Estado, economia, direito, engenheira, educação, polícia e serviços de informação.

“Fomos forçados a constituir uma associação, que aguarda pela promulgação.Outrora, designava-se Associação dos Alfarrabistas e Leitores de Angola – A.A.LA, mas por ordem do Ministério da Justiça tivemos de alterar a sigla para A.A.L.E.A – Associação dos Alfarrabistas, Leitores e Expositores de Angola”, explicou.

João de Carvalho disse já terem conseguido uma sede, em Luanda, mas assegurou que, até agora, nem todos os profissionais de venda de livros na rua estão associados. Apelou aos demais colegas a aderirem à organização, por forma a facilitarem a relação com as autoridades competentes, podendo comercializar os seus produtos sem incómodos, enquanto se aguarda pela promulgação.

Disse terem endereçado vários pedidos às autoridades, para exercer a profissão, razão porque “deixaram de ser interpelados pela fiscalização”, mesmo sem pagar imposto.

“Qualquer cidadão pode ser membro. Aconselhamos os colegas a aderirem, para não serem advertidos pela polícia. Tivemos recentemente casos de proibição de alfarrabistas, em Luanda, por não estarem filiados e por venderem fora desse acordo verbal”, disse.

Do seu ponto de vista, só organizados conseguirão mudar a imagem que a sociedade tem dos alfarrabistas, criando outras formas de buscar ajuda, quer do Estado, quer de organizações não governamentais, mormente na cedência de livros usados.

Uma das intenções da A.A.L.E.A, explicou, é negociar com ONG estrangeiras a doação de livros antigos, porém com grandes possibilidade de serem vendidos.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

"Novos Poemas de Amor"

O mercado literário angolano, e espera-se que não só, conta desde hoje com a mais recente obra poética do escritor João Melo, intitulada "Novos Poemas de Amor", apresentada em Luanda, pela editora Chá de Caxinde e pelo Instituto Camões.

Com 60 páginas, o livro contém 40 poemas, escritos no período de 1990 a 2000, nos quais o autor mostra muita ternura e erotismo, com um movimento entre o passado e um presente reavivado.

De acordo com o apresentador da obra, Manuel Muanza, "Novos Poemas de Amor" faz uma abordagem dos romances das gerações antigas até a nova geração.

Acrescentou que o livro mostra um erotismo, mas um erotismo maduro, no qual a paixão é constantemente atravessada pela cumplicidade do tempo.

Por sua vez, o autor da obra disse que a mesma trata das questões respeitantes às diferenças sociais, possibilitando o conhecimento de uma categoria social marginalizada.

João Melo disse ainda que os poemas retratam também aspectos relacionados com a educação moral e cívica, mensagens de aproximação e união entre os povos e a reciprocidade do amor entre as pessoas, lutando pela mudança de mentalidades.

João Melo, nascido em 1955, em Luanda, é escritor, jornalista, professor universitário e deputado à Assembleia Nacional.

Publicou a primeira obra em 1989 e já foi galardoado com três menções honrosas, sendo duas no Prémio Sonangol de Literatura e uma no Prémio Sagrada Esperança.

Dia das Famílias no Festarte 2009

A poucos dias do fecho da edição deste ano do Festarte, os representantes da Croácia, México, Estados Unidos da América e Rússia continuam a desenvolver várias actividades em vários espaços do concelho.

A manhã do próximo sábado, dia 1 de Agosto, será preenchida com o Encontro Internacional de Etnografia e Folclore, iniciativa terá lugar a partir das 9 horas da manhã na sede do Rancho Típico da Amorosa, Rua Óscar da Silva, 146 – Leça da Palmeir (Matosinhos – Portugal).

À hora do almoço os participantes no Festarte 2009 serão os convidados do “Dia das Famílias”. Trata-se de um almoço oferecido pela população do concelho, que irá receber em casa os participantes no Festarte.

O presidente do Festival, Raul Neves, refere a este propósito: “Pretendemos que este intercâmbio seja, sobretudo de amizade e de conhecimento de “novos” valores culturais”.

No sábado haverá ainda o XX Festival Internacional de S. Mamede de Infesta. O programa inclui recepção oficial na Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta (18 horas), desfile etnográfico (21 horas) e início do festival (21h30).

Além dos ranchos organizadores e grupos estrangeiros, a iniciativa conta com a participação do Rancho Folclórico Fazendeiros de Montemor-o-Velho (Alentejo), Grupo Folclórico e Etnográfico de Arzila (Coimbra), Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo (Viana do Castelo), Rancho Folclórico dos Moleanos (Alcobaça) e Grupo Folclórico das Lavradeiras da Meadela (Viana do Castelo).

A Feira de Artesanato que tinha vindo a decorrer no adro da Igreja de Leça da Palmeira termina na noite deste dia.

O Festarte/2009 encerra no próximo domingo com novo festival de folclore e que conta com a participação Rancho Folclórico Camponeses da Beira Rio (Murtosa), Grupo de Danças e Cantares de Carregoso (Viseu) e Grupo Regional Moreira da Maia (Maia). A estes juntam-se os grupos estrangeiros e os organizadores deste festival.

Esta iniciativa terá lugar no Parque Basílio Teles (em frente à Câmara Municipal de Matosinhos) a partir das 15 horas.

Após o jantar, a EB 2,3 de Leça da Palmeira acolhe o baile folk de despedida e que serve igualmente de encerramento das oficinas de dança.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Jornalismo na Área da Saúde Mental

As candidaturas à 1.ª edição do Prémio de Jornalismo na Área da Saúde Mental /Portugal) estão a decorrer até dia 16 de Setembro, sendo admitidos todos os trabalhos jornalísticos publicados entre Janeiro de 2008 e 15 de Setembro de 2009.

O Prémio Nacional de Jornalismo na área da Saúde Mental destina-se a premiar os jornalistas que anualmente se distingam, através dos seus trabalhos, pelo contributo para um maior conhecimento social das doenças mentais e promoção do anti-estigma associado à Saúde Mental (doentes, cuidadores e profissionais da área), passando assim uma mensagem positiva no combate ao estigma e discriminação social, na motivação de doentes e cuidadores e na promoção da investigação nesta área de saúde.

As candidaturas podem ser constituídas por uma ou por diversas peças jornalísticas que respondam ao objectivo fixado, publicadas em qualquer órgão de comunicação social.

Os vencedores serão divulgados dia 27 de Novembro, no Centro de Congressos da Alfândega (Porto), no âmbito do V Congresso Nacional de Psiquiatria.

O 1.º Prémio de Jornalismo na área da Saúde Mental resulta de uma parceria entre a Fundação AstraZeneca, a Coordenação Nacional para a Saúde Mental, a Casa de Imprensa e a Associação ENCONTRAR-SE.

Para mais informações consultar o sítio:

Casa da Música e Fundação de Serralves
criam um "bilhete instituição parceira"

A Casa da Música e a Fundação de Serralves (Porto – Portugal) têm, a partir de hoje, um bilhete conjunto que permite aos visitantes acederem às duas instituições culturais por um preço mais reduzido, anunciaram as duas instituições culturais portuenses.

Denominado "bilhete instituição parceira", o ingresso tem um custo de 5,75 euros (cinco euros e setenta e cinco cêntimos), em vez de Euro 8 (oito euros).

Esta condição verifica-se quer o bilhete seja comercializado na bilheteira da Casa da Música, quer na da Fundação de Serralves.

Os bilhetes podem ser igualmente adquiridos nos operadores turísticos e agentes de viagens.

Com esta iniciativa, a Casa da Música/Fundação de Serralves pretendem "contribuir para uma mais eficaz divulgação do Porto Contemporâneo enquanto destino cultural e turístico, permitindo, simultaneamente, o acesso a duas obras de referência da arquitectura mundial e a programações artísticas de reconhecida qualidade nacional e internacional".

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS) acolheu, em 2008, mais de 400 mil visitantes nas suas exposições, o que torna no mais visitado de todos os museus portugueses.

A Casa da Música teve, no mesmo ano 201.976 espectadores de concertos, mas recebeu um total de 443 mil visitantes, dos quais 36 mil foram participantes em visitas guiadas e 201 mil percorreram o edifício sem enquadramento.

Arte Brasileira no Turismo de Valença

O Posto de Turismo de Valença (Portugal) recebe a mostra de pintura / instalação / performance “”Te” Levarei Sempre Comigo...”, da artista brasileira Vera Goulart até 31 de Agosto, no âmbito da XV Bienal de Arte de Cerveira.

A artista Vera Goulart nasceu em 1954 no Rio de Janeiro. Pintora, Poeta e actriz performática. Artista autodidata, comecou a desenhar em 1967. Expõe regularmente desde 80 em mostras coletivas e individuais, em galerias e museus de diversos paises. Actualmente divide seu tempo entre o Brasil e a Suiça.

Segundo o crítico Mário Jardim "A realidade é a matéria - prima para qualquer fantasia e assim o é na produção da artista Vera Gaulart.

As suas personagens são componentes de um sofisticado quadro mitológico que acompanha a artista, há quase vinte anos, num exercício contínuo de auto-análise e particular exorcismo das memórias.

Esses seres povoam um mundo onde a dor é traduzida em cores e as cicatrizes elementos explícitos da construção fisica. Com nomes, passado e trajetórias individuais, essa comunidade do mundo sapatológico constitui - se num teatro de bonecos para a encenacão do epíco da miséria humana”.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Faleceu a jornalista Edite Soeiro

Aos 75 anos, faleceu a jornalista Edite Soeiro. Prémio Gazeta de Mérito, em 2006, pela sua longa carreira, iniciada em Angola, onde trabalhou na revista Notícia, Edite integrava o gabinete editorial da VISÃO quando se retirou, há cerca de dois anos.

Um misto de "mãe", professora e conselheira de gerações de jornalistas, foi chefe de redacção da revista Flama, editora de O Jornal, colaboradora do Sete, tudo antes de abraçar o projecto da VISÃO, logo na sua fundação, em 1993.

Edite Soeiro era uma mulher solidária e frontal, de espírito jovem e rebelde, amiga do seu amigo e extremamente leal. As suas qualidades humanas e profissionais conquistaram os seus camaradas nas diversas redacções onde trabalhou e, já septuagenária, era, muitas vezes, a primeira a chegar e a última a sair da redacção.

Sportinguista dos quatro costados, era uma mulher cheia de energia, tendo um carinho especial pelo desporto, bichinho que contraiu em Angola e que amava quase tanto como ao jornalismo.

Foi, inclusivamente, durante vários anos, por carolice e divertimento, uma "severa treinadora" da equipa de Futsal de O Jornal. Pelo seu exemplo e testemunho Edite Soeiro permanece viva entre os que com ela privaram e com ela aprenderam.

domingo, 26 de julho de 2009

"Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola"

Leonor Figueiredo, de 52 anos, foi jornalista do Correio da Manhã e depois, 21 anos, do Diário de Notícias, título onde tencionava publicar o trabalho que deu origem ao livro "Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola".

Durante mais de 30 anos, a jornalista Leonor Figueiredo procurou pistas sobre o desaparecimento do pai em Angola, em Julho de 1975. Nos arquivos do Estado, descobriu mais de 250 portugueses que foram ‘esquecidos’ propositadamente.

Encontrou cinco antigos presos em Luanda, na esperança de que conhecessem o seu pai. Resultado: pouco escreveu sobre o pai mas recolheu para este livro arrepiantes testemunhos da prisão e do abandono na ex-colónia.

Edições Alêtheia, 16€ (à venda nas livrarias a partir de 7 de Agosto)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Artistas angolanos expõem em Israel

Uma exposição colectiva de pinturas e esculturas dos artistas plásticos angolanos Tomás Ana “Etona” e Sozinho Lopes estará patente de 3 a 15 de Agosto, em Israel, na Feira Contemporânea de Artes Plásticas de Jerusalém.

Estes criadores, que vão compartilhar o evento com artistas plásticos de outros países do mundo, vão mostrar vinte esculturas e dez pinturas, com o fim de ressaltar a cultura de Angola neste país do médio oriente.

Em declarações à Angop, Tomás Ana "Etona", refere que no conteúdo das obras a expor, durante 15 dias, estarão igualmente em abordagem questões sociais e os últimos desenvolvimentos do país em ramos como desporto e economia.

“É uma oportunidade que temos para exibir Angola em termos de arte, pelo que agradecemos a Embaixada de Angola em Israel que tudo fez para que fosse possível levar essas criações em Israel”, referiu.

Natural da província do Zaire, Etona começou a desenvolver a sua actividade artística na década de 1970, tendo feito depois o curso médio de Artes Plásticas no Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural.

Etona é especializado em escultura monumental e novas tecnologias em 1994, em Portugal.

O artista, que já proferiu palestras sobre a arte na Rússia, França, Senegal, Camarões, Turquia, EUA e Coreia do Sul, é autor de mais de 30 exposições individuais e 27 colectivas, feitas no país e no estrangeiro.

Tomás Ana "Etona", ex-secretário-geral da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), obteve em 2005 as seguintes distinções de artes plásticas: 3º Prémio Internacional, em Granada (Espanha), e 3º Prémio da Arte For Global Development, EUA.

Ainda em 2005, foi condecorado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, com a Medalha da Ordem de Mérito Civil do 1º Grau em Ouro.

Nascido a 17 de Fevereiro de 1976, igualmente na província do Uíge, Sozinho Lopes fez o curso médio de artes plásticas em 2003 no Instituto Nacional de Formação Artística (INFA).

Presente em colecções institucionais e particulares, o pintor já obteve, em 2006, a menção honrosa do Prémio Cidade de Luanda e uma distinção no concurso " Desenho na Areia" da empresa petrolífera norueguesa Nosrk Hydro.

Em 2007 foi galardoado como o segundo classificado do concurso mural de pintura da Embaixada dos Estados Unidos em Angola sobre a vida e obra do Martin Luther King (activista na luta contra o racismo nos EUA) e o Grande Prémio Ensarte de Pintura, sendo que em 2008 venceu o Prémio Cidade de Luanda em Pintura.

Foto: Um das pinturas concebidas pelo artista plástico Sozinho Lopez

Todos a bordo?

Num planeta que é de todos, não há fronteiras nem barreiras a erguer mas sim interesses comuns a defender. Nesse sentido proponho-vos uma viagem pelo nosso planeta.

Nesta viagem vamos ver como todos nós, da nossa sala de estar, ao nosso local de trabalho podemos intervir.

Porque o planeta em que vivemos é da nossa responsabilidade, porque defendê-lo não implica sacrifício para as famílias, nem perda de lucro para as empresas, nem desperdício de tempo e verbas para os governos. Implica apenas uma mudança de mentalidade.

Todos a bordo?

In:
http://capitalismoambiental.blogspot.com

Segunda edição do Prémio Dignitas

A Associação Portuguesa de Deficientes (APD) anunciou a segunda edição do Prémio Dignitas, destinado a premiar os melhores trabalhos jornalísticos publicados ou difundidos em órgãos de comunicação portugueses sobre a pessoa com deficiência e a promoção da sua dignidade, dos seus direitos humanos e da sua inclusão social.

Patrocinado pela Merck Sharp & Dohme, este concurso tem três modalidades (imprensa escrita/online, rádio e televisão) e prevê a atribuição de 2500 euros ao vencedor de cada uma delas.

De entre estes três vencedores, aquele que for considerado o melhor receberá mais 2500 euros, sendo considerado o vencedor do Primeiro Prémio Dignitas.

As inscrições estão abertas até 15 de Janeiro de 2010 e a entrega dos galardões será feita a 21 de Fevereiro desse ano.

Para mais informações, consulte o sítio da APD (
http://www.apd.org.pt) ou da Merck Sharp & Dohme.

sábado, 18 de julho de 2009

Concurso de fotografia para angolanos

O Banco Espírito Santo Angola prepara para o mês de Novembro deste ano a segunda edição do concurso de fotografia em parceria com a World Press Photo (WPP), inserido no projecto BESACultura.

Segundo fonte da organização, que avançou a informação hoje à Angop, o concurso, que se realiza este ano sob a designação BESAfoto2009, é reservado a angolanos residentes em Angola e no estrangeiro. O período de entrega dos trabalhos começou no dia 15 de Julho e decorrerá até ao dia 22 de Outubro.

A organização World Press Photo, uma das mais prestigiadas a nível internacional na área da foto-reportagem e da fotografia como arte, definiu os critérios de avaliação dos trabalhos.

Os prémios estão avaliados em USD 30 mil, cabendo 15 mil ao primeiro classificado, USD 10 mil ao 2º e USD 5 mil ao 3º classificado, devendo o júri atribuir ainda menções honrosas a 10 trabalhos.

A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar a 12 de Novembro. O júri do concurso será seleccionado pelo WPP e integrará quatro fotógrafos, sendo dois angolanos e dois estrangeiros, para além de um representante do BESA.

Aos candidatos interessados, a organização oferecerá a oportunidade de frequentarem um Workshop de Fotografia leccionado pelos membros internacionais do júri, que irá realizar-se de 8 a 10 de Novembro. Serão aceites apenas 12 participantes, a serem seleccionados pela World Press Photo, enquanto entidade organizadora.

De acordo com a fonte, a partir do dia 13 de Novembro as fotos vencedoras do BESA Foto2009 serão exibidas juntamente com a exposição da World Press Photo, a decorrer de 5 a 24 de Novembro no Instituto Camões, em Luanda.

A fonte acrescenta ainda que, com a interligação destas três acções e o apoio da World Press Photo, o BESAcultura pretende dar a conhecer o trabalho que vem desenvolvendo no âmbito da fotografia, não só estimulando o profissionalismo, como promovendo internacionalmente talentos angolanos. "Trata-se de uma oportunidade de levar as imagens e a cultura de Angola para o mundo", realçou a fonte.

Foto: Ben Curtis/World Press Photo

Novo livro de Thalita Rebouças em Portugal

A autora brasileira que vende mais livros de literatura infanto-juvenil, Thalita Rebouças, comemora 10 anos de escrita para adolescentes lançando-se no desafio de publicar o seu terceiro livro em Portugal, "Que cena professor".

Thalita Rebouças escreveu uma série de livros de crónicas com estes títulos retratando uma realidade próxima aos dos adolescentes.

Tendo lançando recentemente dois títulos em Portugal, "Que cena mãe" e "Que cena amor", que atingiram o Top 5 da Fnac portuguesa, Thalita regressa para lançar o terceiro desta colecção através da Editorial Presença.

"No Brasil, 'fala sério' é uma expressão que está na boca do povo. Como a expressão não existia em Portugal, ela foi adaptada para 'que cena'", disse à Lusa a escritora, referindo que os seus títulos têm uma conotação ambígua, de humor, deboche, ironia, mas também do "conversar seriamente".

Apesar de todos os seus livros terem que adaptar-se ao português falado em Portugal, Thalita disse que o público a recebeu muito bem.

"Adorei ler os meus livros adaptados. Fui muitíssimo bem recebida. Descobri que adolescente só muda de endereço (morada), as angústias dos adolescentes do Brasil são as mesmas dos de Portugal", confessou.

Thalita Rebouças, que atingiu a marca de 350 mil exemplares vendidos no Brasil, disse que não há fórmula para escrever para adolescentes, um público "muito específico e exigente".

"Eu escrevo para pré-adolescente e trato-os como tais. Eles não são mais crianças, não tento passar lição, não digo o que é certo ou errado, eles chegam às suas próprias conclusões. Não é um público nada fácil, pelo contrário, são muito exigentes", referiu.

Para a escritora, não é difícil escrever com coloquialidade sobre o quotidiano dos adolescentes, o desafio, admite, é inserir este público jovem na literatura.

"Quando eu me sento para escrever, sinto-me uma menina de 14 anos. A linguagem flui naturalmente com muito humor o que empolga qualquer adolescente", realçou ao destacar que este público leitor é "carente de se ver nos livros".

Neste fim de semana, no Rio de Janeiro, a autora lança o seu décimo livro "Fala sério pai", que conta com bom humor, através da personagem Malu, a relação com seu progenitor, em crónicas que acompanham a vida da personagem desde seu nascimento até os 21 anos.

Além dos seus livros, Thalita mantém um site na Internet para os leitores brasileiros e portugueses e publica em revistas para jovens no Brasil, "Atrevida", e em Portugal, "Cem por cento jovem".

O seu próximo passo é editar em língua espanhola, "pela proximidade de Portugal". Mas diz também que já pensa em um projecto para a África.

"Tenho muita vontade de ir para os países de língua portuguesa na África. Eu quero o mundo, não é pedir muito é", afirmou descontraída.

No final de Setembro, a escritora visita Portugal para passar um mês a visitar escolas, fazer contactos, e divulgar o seu terceiro livro.

Mas promete que no próximo ano estará de volta, pois quer dar "mais atenção" aos seus livros e leitores portugueses.

O seu grande desafio é tentar passar cinco horas a autografar em Portugal, assim como o fez no Brasil.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Livro de Manuel Leal Freire dia 29 no Porto

Ernesto Bartolomeu, jornalista da TPA, potencial candidato ao Prémio Africano

O jornalista da Televisão Pública de Angola (TPA), Ernesto Bartolomeu (foto), é um potencial vencedor do Prémio Africano de Jornalismo, cuja cerimónia de entrega será realizada amanhã, em Durban, na África do Sul.

A informação foi prestada à Angop pelo adido de imprensa da representação diplomática angolana naquele país, António do Nascimento.

Com efeito, esclareceu, os organizadores do galardão, a Cadeia de Televisão Americana "CNN" e a Multichoice procederam, à apresentação dos 21 candidatos concorrentes ao prémio.

Ernesto Bartolomeu concorre com uma reportagem sobre o Kuito Kuanavale, um dos municípios da província do Kuando Kubango, que foi palco de combates entre os exércitos angolano e sul-africano, na era do “apartheid”, cujo desfecho marcou uma viragem nos acontecimentos de Angola e da região Austral.

De acordo com António do Nascimento, nesta reportagem são revelados factos que comovem toda a sociedade sul-africana, como a morte de muitos compatriotas e outras informações inéditas ligadas ao envolvimento do regime do “apartheid” na guerra contra Angola.

A peça jornalística encerra também uma entrevista ao actual presidente sul-africano, Jacob Zuma, na qual espelha a situação vigente na altura, acerca do relacionamento entre os dois países.

Todos esses aspectos, na opinião de António do Nascimento, conferem ao trabalho do jornalista angolano todo o favorecimento na disputa deste prémio.

O adido de imprensa disse que a fim de participar na cerimónia de entrega do Prémio Africano de Jornalismo, é esperada na África de Sul uma delegação do Ministério da Comunicação Social, chefiada pelo Director Nacional de Informação, José Luís de Matos, em representação do titular da pasta, Manuel Rabelais, e integrada por membros da Direcção da Televisão Pública de Angola (TPA) e Rádio Nacional de Angola (RNA).

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mia Couto e José Eduardo Agualusa
na Biblioteca Municipal de Grândola

Mia Couto e José Eduardo Agualusa, lado a lado, no próximo dia 20 de Julho às 21h30, na Biblioteca Municipal de Grândola (Portugal), para apresentarem os seus últimos livros, intitulados respectivamente «Jesusalém» e «Barroco Tropical».

«Jesusalém»

«Jesusalém» é um cruzamento inesperado da vida com a imaginação, que se debruça sobre o luto e foge para a inevitável reflexão dos pequenos mundos.

Editada pela Caminho, esta nova obra do autor nascido na Beira, Jesusalém conta a história de Silvestre Vitalício, um homem profundamente abalado pela morte da mulher, Dordalma, e que se afasta para o lugar mais remoto e inalcançável, acompanhado pelos dois filhos e pelo criado Zacarias Kalash.

Aí, numa velha coutada de caça em ruínas, funda o seu refúgio, a que dá o nome de Jesusalém. Traduzidas em diversas línguas, as obras de Mia Couto já lhe valeram uma série de distinções, entre as quais se destaca a nomeação da obra de «Terra Sonâmbula» como um dos doze melhores livros africanos do século XX, galardão atribuído por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbabwe.

«Barroco Tropical»

O mais recente livro do angolano José Eduardo Agualusa conta a história de uma mulher que cai do céu durante uma tempestade tropical.

As únicas testemunhas do acontecimento são Bartolomeu Falcato, escritor e cineasta, e a sua amante, Kianda, cantora com uma carreira internacional de grande sucesso. Bartolomeu esforça-se por desvendar o mistério enquanto à sua volta tudo parece ruir.

E depressa compreende que ele será a próxima vítima. Um traficante de armas em busca do poder total, um curandeiro ambicioso, um antigo terrorista das Brigadas Vermelhas, um ex-sapador cego, que esconde a ausência de rosto atrás de uma máscara do Rato Mickey, um jovem pintor autista, um anjo negro (ou a sua sombra) e dezenas de outros personagens cruzam-se com Bartolomeu nas ruas de uma cidade em convulsão: estamos em Luanda e o ano, esse, é 2020.

Poemigar na Biblioteca Municipal de Cascais

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Companhia de Dança Contemporânea
de Angola volta aos palcos em Setembro

A Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC) regressa aos palcos em Setembro próximo, depois de um interregno de dez anos, oferecendo aos amantes dessa modalidade artística um espectáculo de reaparição, previsto para o Cine Teatro Nacional, em Luanda, nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27.

Segundo uma nota de imprensa da CDC, o espectáculo terá coreografia e direcção artística da professora Ana Clara Guerra Marques, com música de Victor Gama, percussão ao vivo de Abraão Kumba e figurinos de Nuno Guimarães.

João Paulo Costa será o responsável pela imagem e edição multimédia do "show", designado "Peças Para Uma Sobra Iniciada e Outros Rituais Mais ou Menos".

No seu comunicado, a Companhia afirma estar pronta para iniciar a temporada 2009 com um espectáculo capaz de "surpreender" o público, no qual a oratura angolana, "as máscaras e os rituais de iniciação são matéria para a actualização da tradição enquanto suporte inevitavelmente contemporâneo em todas as transições".

"As emoções e os conflitos – onde corpos simples e corpos complexos, metamorfoses e mutações decorrem de provações que é preciso vencer para sermos aceites como novos, puros, mas diferentes – voltam a ser tema da Companhia".

Com este evento, propõe-se mostrar "um investimento diferente para o produto da investigação e uma leitura do texto científico em formato não convencional".

O novo espectáculo, refere a nota, "dá a descobrir outras máscaras físicas, sociais e outros rituais: mais ou menos, ou aqueles que se alicerçam num contexto actual e urbano".

A CDC conta regressar com a mesma determinação do passado, "para retomar o seu projecto de revitalização da dança em Angola, agora com uma nova dinâmica e novas formas de suporte e de prolongamento da sua actividade".

Conta promover uma Oficina de Artes e uma Área de Projectos de intervenção comunitária.

Criada em Dezembro de 1991, a Companhia de Dança Contemporânea de Angola é "uma das primeiras do género em África e a primeira com estatuto profissional em Angola", sendo constituída por bailarinos angolanos com formação especializada.

Responsável pela ruptura estética e formal da dança angolana, tem dezenas de obras originais e espectáculos produzidos em Angola e no estrangeiro.

A CDC é a grande referência do género contemporâneo angolano, tendo como base um profundo trabalho de investigação, quer a nível das danças patrimoniais angolanas, quer a nível das dinâmicas sociais do país.

Livro sobre os povos do Leste de Angola

Uma obra literária de história sobre os povos do Leste de Angola e do estudo à volta do fenómeno de ravinas será lançada no próximo dia 18 de Julho no pátio da rádio Luanda Antena Comercial (LAC), numa promoção da Associação de Naturais e Amigos do Leste (Asleste).

Segundo uma nota da organização, o livro é uma recolha das comunicações proferidas no 1º encontro de Reflexão Sobre a Cultura e Ambiente ocorrido em 2004 no Centro Cultural Português e que contou com a participação de autores angolanos.

A dimensão das figuras tradicionais no Leste de Angola, o uso e impacto das línguas nacionais, os tchokwé, a rainha Jinga Mbandi e a localização geográfica da baixa de Cassange fazem parte, dentre outros assuntos, da obra.

O livro, com 104 páginas, foi editado em Portugal.

A Asleste, fundada a 18 de Setembro de 1999, é uma associação de carácter sociocultural e humanitária.

sábado, 11 de julho de 2009

Júri do prémio de cultura e arte de Angola enaltece a forte participação da juventude

O presidente de júri do Prémio Nacional de Cultura e Artes, Mário Pinto de Andrade, manifestou hoje, na cidade do Huambo, a sua satisfação pelo envolvimento da juventude da província nas actividades artísticas do país.

Na sua visão, esta entrega dos jovens vai recrear e educar a sociedade e contribuirá para a redução do índice de violência juvenil.

A visita do júri do Prémio de Cultura e Artes ao Huambo visa esclarecer aos interessados as modalidades de outorga e incentivar maior participação da província ao certame que acontece anualmente em Novembro.

Participaram no encontro de esclarecimento 80 pessoas que se dedicam à actividade cultural na província e representantes do governo local.

Mário Pinto de Andrade explicou que o prémio foi instituído no dia 10 de Agosto de 2005, com 35 mil dólares para cada uma das sete categorias.

Com este prémio, o Ministério da Cultura pretende promover o desenvolvimento cultural e incentivar a criatividade dos angolanos.

"Não é um concurso, mas sim um prémio de avaliação da criatividade do artista, o júri só avalia o trabalho que tiver em mãos, daí a necessidade dos artistas produzirem vídeos e fotos na apresentação das suas artes " esclareceu.

Fez saber que o prémio é outorgado exclusivamente a cidadãos angolanos de forma individual ou colectiva.

O Prémio Nacional de Cultura e Artes é atribuído a sete categorias, nomeadamente literatura, artes plásticas, teatro, dança, investigação em ciências humanas, música, cinema e áudio visual.

Ao agradecer o esclarecimento do júri do prémio, o director provincial da Cultura, Pedro Chissanga, prometeu continuar a trabalhar para a melhoria da qualidade das actividades culturais na província.

Os artistas pediram mais apoio material, salas para encenação e mercado de artesanato.

No encontro de esclarecimento foram apresentadas peças de teatro, dança, poemas com grupos de adultos, adolescentes e crianças, numa actividade que alegrou o júri.

A delegação visitou uma exposição de arte no pátio da Direcção Provincial da Cultura.

Quadros diversos sobre a tradição local, peças de artesanato foram entre outras artes que preencheram a exposição.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

"Pensamentos Da Alma" lançado no Luena

Uma obra literária intitulada "Pensamentos Da Alma", do escritor angolano Ngaiele Muecheno Fundão, foi lançada hoje no Luena, capital da província do Moxico, em Angola.

Composto de 42 poemas e oito crónicas, o livro teve uma tiragem de dois mil exemplares e foi editado pela Editorial Nzila. Compilado em três anos, foi patrocínio pelo Ministério da Juventude e Desportos, no âmbito do programa Angola Jovem.

Com 119 páginas, incluiu poemas como "As Caídas das Tardes numa Cidade em Véspera de Festa", "O sonho de amar", "Menino bonito mas triste", "O Março é Mesmo das Mulheres", "A Alegria do Povo", "Leito no meu Organismo" e "O Bom e o Mal das Invenções Sobrenaturais".

Já nas crónicas, destacam-se "Reclamo Sim ao Sumo da Vida", "As Minhas Damas do Computadores", "A profissão que Custou a Vida do Tchabamba" "As Ambições dos Nossos Petizes" e "Pretendo Suicidar o Suicídio".

A obra, primeira do autor, tem uma simbiose pouco comum (compilação de poesias e crónicas), retratando o percurso do autor, como jovem, e a percepção que tem do mundo que o rodeia.

Nos poemas, escritos de forma explicativa, o autor expõe as suas ideias sobre os factos com que se tem deparado no seu dia-a-dia.

O livro é comercializado a preço de mil kwanzas.

De 29 anos de idade, Ngaiele Fundão é natural de Camissombo, província da Lunda-Norte, e vive no Luena desde os seis meses de idade. Já participou num concurso denominado Primeiros Jogos Florais do Luena", promovido pela Caleng, com a parceria da Administração Municipal do Moxico (sede), onde conquistou o primeiro lugar, na categoria de poesia.

Angola não quer livros em mãos alheias

Os ministérios da Indústria e da Educação de Angola estão a trabalhar na criação de condições financeiras, materiais e técnicas para a produção de livros no país, a partir de 2010, informou o ministro da Indústria, Joaquim David.

Ao responder às inquietações de deputados da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional sobre o sector da indústria, Joaquim David disse que o governo quer que os livros sejam produzidos no país já no próximo ano.

Até agora, pontualizou, já foi feito, no país, o levantamento das gráficas, capazes de produzir em 2010 e as que só poderão o fazer em 2011, bem como realizou-se um estudo de avaliação das capacidades individuais de cada uma destas gráficas.

Quanto à Imprensa Nacional, o ministro esclareceu que apesar da mesma contar com uma gestão independente, a empresa também fará parte das gráficas que a partir de 2010 vão produzir livros no país.

Escritora nascida no Huambo lança no Brasil livro "Felicidade após a cegueira"

“Felicidade após a cegueira” é o título do livro que a escritora angolana Maria Luísa Mendes Carmelino acaba de lançar, em Belo Horizonte, capital do estado brasileiro de Minas Gerais.

A estréia literária da autora foi organizada com apoio de amigos brasileiros, dentre os quais a coordenadora do evento realizado na noite de ontem no Museu Inimá de Paula, Jane Mascarenhas.

Em entrevista ao África 21 Digital, Jane Mascarenhas conta que a autora nasceu em Nova Lisboa, hoje Huambo, em Angola, e actualmente está radicada em Portugal.

“Maria Luísa tem profundas raízes no Brasil, para onde veio aos 23 anos, por ocasião da Revolução dos Cravos, residindo inicialmente no Rio de Janeiro”, revela a amiga. Hoje, ela tem 78 anos. Cega desde os 23, morou no Lar das Cegas em Belo Horizonte, onde fez muitos amigos.

A autora é fisioterapeuta de profissão e quis mostrar que a cegueira não a impedia de ter uma vida normal, por isso, e por contar com uma grande habilidade manual, além dos conhecimentos acadéicos , fundou em Belo Horizonte uma clínica de estética, onde trabalhou com massagens e conquistou uma vasta clientela.

O projeto de lançar um livro relatando suas memórias, especialmente a convivência no Brasil, levou a autora a concretizar o projecto, mesmo morando em Portugal, para onde se mudou, após 23 anos de residência no Brasil.

“Era um sonho antigo que ela vinha acalentando há muito tempo”, conta a amiga brasileira Jane Mascarenhas. O livro contou com patrocínios conseguidos no Brasil e tem edição da mineira Editora B.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Miguel Carvalho lança livro de reportagens

O livro de reportagens “Aqui na Terra”, da autoria do jornalista Miguel Carvalho (“Visão”), é lançado a 14 de Julho, pelas 21h30, no espaço Maus Hábitos, no Porto (Portugal), estando a apresentação da obra publicada pela Deriva a cargo do escritor Nuno Higino e da jornalista brasileira Zaclis Veiga.

De acordo com a sinopse da obra, “Aqui na Terra” é o retrato de um certo Portugal, de um país onde o humano e o divino moldam as circunstâncias da nossa condição, com quadros e figuras que constituem uma geografia de afectos e desamores, de entregas e renúncias, de comédias humanas e tragédias colectivas.

Entre as reportagens incluídas neste livro de Miguel Carvalho estão trabalhos sobre o Padre Max, o Cónego Melo, a cidade de Fátima ou os cantores da chamada “música pimba”.

Papagaio da saudade

A nossa madrugada sofreu forte
como se o vento fosse tormenta
que alimenta o fantasma medonho,
foi então que quis virar para norte
mas rumei a sul como quem afugenta
a nostalgia de um doloroso sonho.

Foi então que as esquinas da vida
me fizeram renascer a nostalgia
e embarcar no parado regresso.
Nessas esquinas vi-te perdida
entre a minha prosa e a tua poesia
como se fossemos um insucesso.

Desse norte lá da nossa banda
conseguimos gerar o horizonte
que nasce todas as madrugadas.
Nasce mas sei que nunca anda
porque há muito secou a fonte
das nossas esperanças renegadas.

Mas há sempre quem nos diga
que afinal nada seca a esperança
quando ela nasce da eternidade.
Deixa por isso que também te diga
que continuo a ser a mesma criança
agarrada ao papagaio da saudade.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Livros da Lusofonia em Viana do Castelo

Carlos Pinto Coelho e Luandino Vieira são alguns dos escritores que marcarão presença na 29ª Expo-Feira do Livro de Viana do Castelo (Portugal), que decorrerá de 11 a 26 de Julho, pelo 13º ano consecutivo sob o signo da Lusofonia.

O certame contará com 60 stands, 80 editoras e 26 livreiros.

“Esta é já considerada, pelos próprios livreiros, a terceira feira do livro mais importante do País em termos de venda de literatura infanto-juvenil', disse Flora Silva, vereadora da Cultura na Câmara de Viana do Castelo.

A feira é organizada conjuntamente pela Câmara e pelo Centro Cultural do Alto Minho (CCAM), organismo que este ano decidiu instituir um prémio de literatura infanto-juvenil, destinado a autores que tenham, no máximo, um livro editado.

“É uma forma de incentivar o aparecimento de livros para os mais novos”, referiu a presidente do CCAM, Luísa Quintela.

O programa da feira contempla ainda actividades diárias de animação para as crianças, com noites temáticas.

Para o director da Divisão de Acção Cultural da Câmara, Cunha Leal, é tudo isto, associado à presença no recinto da feira das pistas de diversão e dos vendedores de pipocas, que garante o sucesso do certame junto dos mais novos e motiva a crescente procura por parte dos livreiros.

“Este ano, tivemos que ratear os espaços, porque a procura foi, de facto, muito maior”, assegurou Cunha Leal.

Na véspera da abertura da feira, tem lugar, no Castelo de Santiago da Barra, um concerto de homenagem à Lusofonia, por Cesária Évora, a cantora cabo-verdiana que é considerada a “diva dos pés descalços”.

A feira dedica dias específicos a Cabo Verde, Angola, Moçambique, Timor e Brasil, com presença de escritores, literatura e música desses países.

Nas tertúlias, e além de Carlos Pinto Coelho e Luandino Vieira, participarão ainda nomes como André Amaral e Richard Zimler.

A feira ficará também marcada pelo lançamento do livro 'Jerusalém', de Mia Couto, e por um recital de poesia pelo juiz-conselheiro Jorge Lino.

Serão igualmente lançados cinco livros sobre Viana do Castelo, assinados por autores locais.

Armando Silva Carvalho foi o vencedor
do Grande Prémio de Poesia APE/CTT

O escritor Armando Silva Carvalho (foto) foi o vencedor, por unanimidade, da edição de 2008 do Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT com a colectânea "O Amante Japonês".

O júri era constituído por Maria João Reynaud, Gastão Cruz e Carlos Mendes de Sousa.

Instituído pela Associação Portuguesa de Escritores, o prémio, no valor de 5000 euros, é integralmente patrocinado pelos CTT - Correios de Portugal.

Nascido em 1938, em Olho Marinho, Óbidos, Armando da Silva Carvalho é um dos nomes mais destacados da poesia portuguesa de hoje, mas a sua obra estende-se também ao domínio da ficção.

Como poeta, escreveu, entre outros títulos, "Lírica consumível", "Os ovos de oiro", "Armas Brancas", "Técnicas de engate", "Sentimento de um ocidental", "O livro de Alexandre Bissexto", "Canis Dei" e "Sol a sol".

Na ficção é autor de "O alicate", "O uso e o abuso", "Portuguex", "Donamorta", "A vingança de Maria de Noronha", "Em nome da mãe", "O homem que sabia a mar" e, em parceria com Maria Velho da Costa, o "romance epistolar" intitulado "O Livro do Meio".

No agora premiado "O Amante Japonês", publicado pela Assírio e Alvim, o autor recorre ao que o ensaísta e crítico Fernando J.B. Martinho descreve como "um elemento fundamental na definição da sua poética", a ironia.

Licenciado em Direito, Armando Silva Carvalho desenvolveu diversas actividades profissionais - tendo sido, por exemplo, professor do ensino secundário e técnico de publicidade - colaborou em jornais e revistas e assinou diversas traduções.

Foto: Rui Gaudêncio

domingo, 5 de julho de 2009

Orquestra Metropolitana de Lisboa
e Tito Paris em Cabo Verde no dia 25

A Orquestra Metropolitana de Lisboa (Portugal) toca pela primeira vez em Cabo Verde, dia 25, sendo convidado especial o músico caboverdiano Tito Paris, que fará a segunda parte.

O concerto terá lugar às 21:30 locais, numa salina próxima de Pedra Lume, nos arredores da Cidade da Praia.

A Orquestra será dirigida na primeira parte pelo maestro Cesário Costa, presidente do Conselho da Administração da Metropolitana.

Será interpretada "Dança húngara" n.º5 de Brahms, a abertura da ópera de Mozart "As bodas de Fígaro" e ainda "Stacatto brillante", de Joly Braga Santos.

Nesta primeira parte serão também tocados os hinos de Portugal, da autoria de Alfredo Keil, e o de Cabo Verde, de Adalberto Higino Tavares Silva.

Na segunda parte actua Tito Paris, sendo a Orquestra regida por Alberto Roque, a que se juntam os músicos cabo-verdianos Manuel Paris (baixo), Jon Luz (cavaquinho) e Jair (percussões).

As orquestrações das oito canções que Tito irá interpretar são da responsabilidade de Ivan Mikirtounov, entre elas contam-se "Nha sina", "Ondas di bô corpo", "Que vida" e "Sôdade".

Fonte da Metropolitana disse à Lusa que a Orquestra poderá apresentar-se num segundo espaço ao ar livre, mas ainda sem qualquer confirmação.

Tito Paris actuou com a Metropolitana em Março passado no Cinema S. Jorge em Lisboa, por ocasião da 26.ª Assembleia-geral da UCCLA (União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa) e Fórum da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa).

sábado, 4 de julho de 2009

Escritores contra acordo ortográfico

Um antigo casarão de Paraty, Brasil, foi palco do protesto contra o acordo assinado entre oito países de língua portuguesa para uniformizar a ortografia. Ondjaki e Marcelino Freire lavraram o seu protesto.

Os autores angolano Ondjaki (foto) e brasileiro Marcelino Freire acusaram o acordo de atender a interesses comerciais e chamaram a atenção para o impacto das novas regras para as próximas gerações.

Eu adoptei o acordo para os textos que publico, mas faço-o com profundo pesar. Trata-se de uma questão comercial, disse Freire, autor de “Balé Ralé”.

As reservas de Ondjaki quanto à implantação do acordo recaem sobre a educação infantil. Como vamos educar, do ponto de vista da grafia, as próximas gerações? Qual é o plano para as crianças?, questionou o angolano, autor de “Bom dia, camaradas”.

Os dois participaram da reunião sobre o acordo ortográfico na Casa da Cultura, dentro da programação oficial da 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

Ondjaki queixou-se ainda da falta de uma ampla consulta que referendasse o acordo. Os países não foram auscultados. Apenas um grupo de pessoas tomou a decisão. Não está claro que a maioria quer as mudanças. A decisão veio de cima. Não pode ser uma decisão política. A língua pertence a todos, afirmou, acrescentando que, em Angola, a adopção do acordo ortográfico foi profundamente ignorada.

O angolano argumentou ainda que uma das características mais marcantes da língua portuguesa é a diversidade. Não consigo ver a vantagem deste acordo se tanta gente gosta da diversidade, afirmou. Não existe lusofonia. Existe a língua portuguesa. Ela sobrepôs o nosso passado histórico. Não ficou na memória que Angola exportou escravos. Não é disso que tratamos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Bens Nyoka lança livro "Bukama" no Uíge

O escritor angolano Bens Nyoka Abílio apresentou hoje, no Uíge, o seu primeiro livro, intitulado "Bukama", no âmbito das festividades do 92 aniversário da fundação do Uíge, assinalado quarta-feira.

A obra foi apresentada pelo jornalista Nsiona Casimiro, para quem o trabalho retrata o percurso das suas personagens, particularmente Cristina e Vunga, nascidas no município de Maquela do Zombo.

Trata-se de dois primos nascidos no momento da “derrocada do colonialismo”, onde se regista a intervenção de muitos autores políticos, no sentido de sensibilizar as pessoas para apoiarem o movimento independentista.

A obra "é contada na primeira pessoa" e tem cerca de 300 páginas, tendo sido escrita num estilo "de romance de Pepetela".

Nsiona Casimiro disse que o escritor foi inspirado para escrever este seu primeiro livro pelo nacionalista Emanuel Lanvu Norman "Nkango Angola", com o qual se encontrou em Londres.

Editado pela editorial Nzila, o livro terá mais de três mil exemplares, dos quais 500 serão distribuídos na província do Uíge.

Jóias étnicas de inspiração africana

Difundir o respeito pela cultura e pela religiosidade de tribos africanas é o que a grife África Universal pretende mostrar na exposição "Joias Étnicas com Inspiração Africana", que será realizada de 7 a 31 de Julho, no Consulado Geral de Angola, no Rio de Janeiro (Brasil).

Na mostra, com entrada franca, o público poderá conhecer diversas peças das colecções 2008 e 2009, que serão expostas ou apresentadas em desfile.

“Também mostraremos joias desenvolvidas especialmente para a ocasião. São brincos, colares e pulseiras exuberantes, assim como os adornos africanos, criados em ouro, prata e pedras naturais”, adianta Anna Assis, designer da África Universal, empresa vinculada à Incubadora de Empresas da Universidade Veiga de Almeida (UVA).

Em 2003, Anna Assis foi uma das vencedoras do Prêmio Shell de Empreendedorismo Sustentável Iniciativa Jovem. Há menos de dois anos lançou sua grife - que já participou de duas edições do Fashion Business / Fashion Rio, expondo inúmeras peças, onde também apresentou a Pulseira da Amizade Brasil-Angola, confeccionada a pedido do Consulado angolano.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Angola apresenta três candidaturas a Património Mundial da Humanidade

Angola, através do Instituto Nacional do Património Cultural, apresentou três candidaturas a Património Mundial da Humanidade, no fórum da Unesco, que decorre em Sevilha, Espanha.

Segundo o Ministério da Cultura (Mincult), em nota hoje divulgada em Luanda, para a primeira fase de avaliação, Angola inscreveu a Paisagem Cultural de Cutundu-Hulu, na província do Namibe, o Corredor do Kwanza (Luanda-Kwanza Norte) e o Centro Histórico e Arqueológico de Mbanza Congo (Zaire), a que se refere a foto.

O objectivo desta inscrição é mostrar o valor cultural das mesmas com o intuito de serem incluídas definitivamente na lista de Património Mundial da Humanidade da Unesco.

Para defender os interesses angolanos, o Ministério da Cultura fez deslocar à Sevilha dois especialistas do Instituto Nacional do Património Cultural.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O catuitui da madrugada

Quando a noite se levanta
nos braços da madrugada
acordo de um sonho perdido.
É então que o catuitui canta
chamando pela sua amada
num canto sentido e ferido.

Também eu sonho perdido
quando a noite se levanta
nos braços da madrugada.
Como o catuitui ferido,
também choro e não canto
porque a voz está abafada.

Resta-me o catuitui azulado
que todas as madrugadas
vem embalar a minha dor.
Traz sempre um canto alado
que recorda mulheres amadas
perdidas no meio de tanta dor.