domingo, 13 de março de 2011

Onde estão? Não estão... nem existem!

Não sei se alguma vezpoderei levar os meus filhos, e os filhos dos meus filhos, aos recantos e esquinas da minha cidade,
dando-lhes a respiraro horizonte que cheira e sabe a infinito.
Sem palavras explicaria tudo. Explicaria porque, nas madrugadas embevecidas pelo silêncio da pequenez respiro o choro de uma dor crónica.
Um dia, com ou sem o pai, com ou sem o avô, eles acabarão por conhecera minha (e deles) terra.
E nessa altura, mesmo sem saberemo sítio exacto onde deixei o cordão umbilical,
vão respirar o silêncio, beber o infinito e dormir embalados pela certeza de que o pai tinha razão
quando chorava de saudade.
Terão, nessa altura, uma lágrima no canto do olho.
Uma lágrima que ao cair na terra quente de Angola
fará nascer uma flor.
Uma flor sem nome,
uma daqueles flores que só alguns vêem,
que só alguns sentem.