segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um convite para caminhar

O meu nome é agora
e venho-te convidar para que partamos
sem demora,
ao som dos tambores a rufar.
É hora de avançar,
temos muito para andar.
Vamos, meu companheiro,
leva contigo o maior dos teus amigos,
o melhor, o mais verdadeiro,
Tu.
Se achares que é hora de o sol ir-se deitar,
não te incomodes,
vamos meu companheiro,
continua a tua caminhada
porque ele vai voltar a acordar
depois da noite e da madrugada.
Vamos meu amigo,
não te esqueças de mandar rufar
os tambores que marcam os compassos
para os nossos passos:
umas vezes apressados,
outras vezes cansados,
mas sempre orientados para o azul.
Vamos meu amigo, à noite, para viajar,
olha para o Cruzeiro do Sul,
quando escuro aclarar,
iremos continuar a avançar
nas naves que inventamos,
orientados pela luz solar,
através de todos os oceanos.
Vamos meu amigo,
manda os tambores rufar,
sabes que não podemos parar.

José Filipe Rodrigues

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O Morro de Salalé

O capataz, que veio do Puto,
viu o morro de salalé a crescer
e chegou à conclusão,
precipitada,
de que era uma montanha em gestação.
O Domingos Káquarta
esclareceu essa pessoa pouco aculturada:
Aka, não patrão,
é mêmo o furmiga qui faz o seu casa
e dêpois o chuva arasa;
o àgua leva tudo,
num fica nada.
Os montanha num cresce à toa,
dêmora muíto más do quê o vida do pêssoa.
No Puto tu tem formiga cos asa?

Poema de: Jose Filipe Rodrigues

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Jornalismo sobre a pobreza na Europa

A Comissão Europeia lançou um concurso de reportagem jornalística relacionado com o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, dirigido a profissionais da imprensa escrita, internet e audiovisual, com prémios nacionais (de 800 euros) e europeus (4500, 3000 e 2000 euros).

«Para abordar o problema da pobreza, precisamos de dar voz aos que são excluídos e precisamos de compreender as causas da pobreza. Ao mesmo tempo, devemos propor soluções práticas que funcionem. Os jornalistas têm um papel fulcral neste debate e foi por isso que criámos este concurso para as reportagens mais originais e informativas sobre a pobreza», afirmou o húngaro László Andor, comissário europeu para o Emprego, os Assuntos Sociais e a Inclusão.

Os interessados podem candidatar-se online até 31 de Agosto no sítio do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social (www.2010againstpoverty.eu), sendo elegíveis reportagens publicadas ou emitidas por um órgão dos 27 estados-membros, Islândia ou Noruega entre 1 de Outubro de 2009 e 31 de Agosto de 2010.

Os vencedores do concurso europeu serão anunciados numa cerimónia a realizar em Bruxelas, a 17 de Dezembro de 2010.

Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira

De 27 de Abril a 14 de Maio estarão abertas as candidaturas à 11ª Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira, cuja mostra terá lugar de 6 de Novembro a 12 de Dezembro no Celeiro da Patriarcal, sala de exposições daquela localidade ribatejana.

Promovida pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira com o objectivo de promover a divulgação e a dignificação da fotografia e os seus autores, esta iniciativa é organizada pela autarquia, pela Associação de Artistas Plásticos do Concelho de Vila Franca de Xira e pelo GART – Grupo de Artistas e Amigos da Arte.

Podem participar nesta iniciativa todos os artistas portugueses ou estrangeiros residentes em Portugal, sendo os prémios atribuídos os seguintes: 4000 euros para o melhor conjunto de trabalhos apresentado; 1750 euros para o melhor conjunto sobre o concelho de Vila Franca de Xira; 1750 euros para o melhor conjunto sobre tauromaquia.

Para mais informações, consulte o regulamento da Bienal, disponível no sítio da CM Vila Franca de Xira, ou contacte a organização através do telefone 263 287 600 ou do e-mail cultura@cm-vfxira.pt.

terça-feira, 13 de abril de 2010

E os vencedores dos Pulitzer 2010 foram...

O “Washington Post”, com quatro galardões, foi o grande vencedor dos Prémios Pulitzer 2010, que nesta edição distinguiram a organização sem fins lucrativos ProPublica na categoria de reportagem de investigação e o diário local “Herald Courier”, da Virginia, com a medalha de ouro de serviço público.

Profissionais do diário “Washington Post” conquistaram o Pulitzer para melhor reportagem internacional, feature, comentário e crítica, enquanto os do “The New York Times” foram agraciados nas categorias de reportagem nacional e reportagem de análise.

A medalha de ouro para o melhor serviço público coube ao “Herald Courier”, de Bristol, na Virgínia, que divulgou um caso envolvendo direitos de exploração de gás natural em terrenos daquele Estado norte-americano.

A categoria de reportagem investigativa teve dois vencedores: a ProPublica, serviço digital de jornalismo de investigação sem fins lucrativos, com um trabalho em colaboração com a “New York Times Magazine” sobre decisões tomadas por médicos de um hospital de Nova Orleães durante o furacão Katrina; e uma equipa do “Philadelphia Daily News” que expôs malfeitorias de um grupo de agentes de uma brigada antidroga.

O Pulitzer para reportagem local foi para o Milwaukee Journal Sentinel, por um conjunto de histórias sobre as fraudes e abusos cometidos num programa de apoio a crianças de pais carenciados, enquanto a equipa do “Seattle Times” foi distinguida na categoria de breaking news pela cobertura do homicídio de quatro agentes policiais num café.

O “Dallas Morning News” foi premiado pelos seus editoriais e o cartoonista Mark Fiore, que publica no site do “San Francisco Chronicle”, viu o seu trabalho distinguido na categoria de cartoon editorial. Por fim, nas categorias fotográficas, Mary Chind, do “Des Moines Register”, venceu em “breaking-news”, e Craig F. Walker, do “Denver Post”, em fotografia feature .

Os mais prestigiados galardões de jornalismo dos EUA são atribuídos pela Universidade de Columbia, sendo o júri composto por figuras da comunicação social e áreas afins e tendo cada prémio o valor monetário de 10 mil dólares, à excepção da categoria “serviço público”, em que o vencedor recebe uma medalha de ouro.

sábado, 10 de abril de 2010

Prémio Literário Orlando Gonçalves 2010

Estão abertas até 25 de Junho as candidaturas à 13.ª edição do Prémio Literário Orlando Gonçalves, no valor de 4987.98 euros, que este ano irá avaliar trabalhos jornalísticos (investigação ou grande reportagem) produzidos por profissionais com carteira profissional.

Instituído em 1998 pela Câmara Municipal da Amadora, este prémio terá um júri de três elementos: um da Sociedade Portuguesa de Autores, um do Sindicato dos Jornalistas e outro em representação da autarquia amadorense.

Os trabalhos a concurso devem ser enviados sob pseudónimo e traduzir acontecimentos relativos ao ano de 2009, tendo como referência a cultura e história portuguesas, os direitos humanos e a democracia, bem como reflexões sobre problemas sociais e políticos, princípios que nortearam a vida do escritor, político e jornalista Orlando Gonçalves.

Nascido em 1921, Orlando Bernardino Gonçalves foi um dos percursores do neo-realismo português e dirigiu, entre 1963 e 1994, o jornal “Notícias da Amadora”, conhecido pela oposição ao Estado Novo, antes do 25 de Abril de 1974, e pela campanha em defesa da criação do concelho da Amadora, após essa data.

Para informações mais detalhadas sobre este galardão consulte o regulamento, disponível no sítio da CM Amadora.

sábado, 3 de abril de 2010

Fui o primeiro a... lê-lo

Lá longe li os livros da minha vida
e cada um foi uma eterna lição,
muitos deles de nada importam:
eram histórias em segunda mão.
Mas um deles ainda hoje amo;
embora esteja noutro coração.
Resta-me, talvez, a pobre consolação
de ter sido o primeiro a lê-lo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Exposição até 31 de Maio de 18 jornais manuscritos na prisão por presos políticos

Até 31 de Maio está patente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo a exposição “Cada fio de vontade são dois braços e cada braço uma alavanca”, que apresenta ao público centenas de páginas de 18 títulos de jornais manuscritos por presos políticos entre 1934 e 1945, fruto de um protocolo entre o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e o Partido Comunista Português.

Estes jornais clandestinos reuniam notícias da guerra e/ou textos sobre o socialismo, sendo escritos com três objectivos: informação e formação cultural, organização de colectivos nas prisões e formação político-ideológica nos ideais comunistas.

Em declarações à comunicação social, o director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Silvestre Lacerda, sublinhou que o conjunto de inéditos agora disponibilizados é um bom ponto de partida para investigações históricas, enaltecendo, entre outros aspectos, a erudição, a preparação teórica e o conhecimento dos grandes debates internacionais sobre o combate à ditadura evidenciados pelos autores dos títulos.

Na inauguração, o secretário de Estado da Cultura, Elísio Sumavielle, congratulou-se com o acordo celebrado com o PCP, que permitirá dar vida à memória de décadas de resistência à ditadura, e elogiou o trabalho invisível do Arquivo Nacional da Torre do Tombo no restauro e tratamento de documentos históricos.