sábado, 23 de janeiro de 2010

Lançamento de “O Combate Ilustrado”

Na próxima terça-feira, 26 de Janeiro, pelas 19 horas, a Casa da Achada, em Lisboa, serve de palco ao lançamento de “O Combate Ilustrado”, livro com mais de 200 páginas que reúne ilustrações e bandas desenhadas de 40 artistas publicadas no jornal “Combate” ao longo de 22 anos, entre 1986 e 2007.

Coordenado por Jorge Silva, que também tratou do design e de parte dos textos, este livro conta ainda com textos de Heitor de Sousa, capa de Rui Belo, produção de Luís Branco e Tiago Gillot e fotografia de Valter Vinagre, estando disponível uma versão resumida em PDF no endereço http://combate.info/media/combateilustradonet.pdf.

Os artistas cujas ilustrações e bd integram o livro são Alain Corbel, Alice Geirinhas, André Ruivo, Ângelo Ferreira de Sousa, Carlos Marques, Catarina Carneiro de Sousa, Cristina Sampaio, Diniz Conefrey, Francisco Vaz da Silva, Fernando Torres, Fonte Santa, Frederico Mira, Gonçalo Pena, Isabel Carvalho, Joanna Latka, João Fazenda, Jonas, Jorge Silva, Jorge Varanda, José Cerqueira, José Feitor, Luís da Silva, Miguel Cabral, Nicolau Tudela, Nuno Costa, Nuno Gonçalves, Nuno Neves, Nuno Saraiva, Patrícia Garrido, Paulo Cintra, Pedro Amaral, Pedro Burgos, Pedro Cavalheiro, Pedro Pousada, Pedro Zamith, Relvas, Renato, Richard Câmara, Rui Silvares e Vasco.

Um abraço com 35 anos de atraso

Há dias assim,
em que quase tenho pena de mim.
Acordo cansado
e todos os ventos sopram num sentido errado,
deixando-me triste,
desanimado
e numa rouquidão interior,
sem ideais, nem voz, nem ambições,
isolado das multidões.
Soltam-se lágrimas
quando desejaria sorrir.
Apetece só dormir,
dormir um sono demorado,
sem calendário nem horário,
para acordar novamente
diferente,
sem sentir nojo da minha viuvez,
da minha pequenez.
Só apetece dormir
um sono com sonhos impossíveis,
que faça despertar a fantasia
e acordar num novo dia.
Ao entardecer desses dias,
eu tenho sempre a certeza
de que essas arrelias
são apenas desafios transitórios,
os purgatórios
antes do regresso do verde à paisagem
da minha viagem.
Para que hei-de ter pena de mim,
nesses dias assim assim,
se eu conheço as linguagens
dos sete sentidos do corpo
que me fazem acordar?
Pobres dos que não conseguem despertar.

José Filipe Rodrigues