sábado, 8 de novembro de 2008

Memória

Na linguagem cifrada do vento
descubro uma metáfora amarelo sol
um estranho e onírico sopro
num feixe de arco-íris eterno

Espreitam olhos de maldade
escondem brinquedos de fingida simpatia,
mas as recordações filtram o passado
e servem o equilíbrio instável do presente

Linda boneca de tez rosada
deita-se no perfume do tempo
que constrói transparentes certezas
num mar urgente de cetim

Quero olhar a história
matar a vergonha consentida
e ver-te brincar na memória
retocada por desejos fortuitos

Ao olhar-te adormeço para a eternidade
e sorrio

Salomé Castro in Ubi Veritas

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