quarta-feira, 8 de abril de 2009

Uma lágrima,uma flor

Preciso de Angola todos os dias,
sinto-a todos os dias,
amo-a todos os dias,
chamo-a para junto de mim
todos os dias.
Angola não se define
– sente-se.
De olhos fechados
vejo e sinto Angola.
Angola é o meu próprio coração
por muito que isso custe
a quem não compreende
que sentir é a melhor forma
de ser digno.
Digno dos recantos e esquinas
da minha cidade,
digno de respirar o horizonte
que cheira a infinito.
Digno do sítio onde deixei
o cordão umbilical.
Digno de respirar o silêncio,
beber o infinito
e dormir embalado pela certeza
da saudade.
Digno de uma lágrima
no canto do olho.
Lágrima que ao cair na terra
quente de Angola
fará nascer uma flor.
Uma flor sem nome,
uma daqueles flores
que só alguns vêem,
que só alguns sentem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma Angola de amanhã,
que seja um reflexo da Angola de hoje,
onde homens e mulheres
não têm confiança no dia de amanhã,
não têm confiança no futuro,
têm que roubar hoje,
esta Angola a mim não interessa!

Jonas Savimbi em comício na Jamba, pronunciando-se contra eventuais desvios de fundos por parte de dirigentes do movimento Unita (fonte: arquivos dispersos em DVDs vendidos ao preço do tomate na zunga).