quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Feliz (isto é como quem diz!) 2010
domingo, 20 de dezembro de 2009
Uma Maria que a todos representa

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Um Natal de rendimentos e coleccionismo
sábado, 12 de dezembro de 2009
Bom Natal!

pedras no nosso caminho.
Os que se dizem amigos
estendem-nos a mão
quando nelas tropeçamos.
Os verdadeiros amigos
retiram as pedras
antes de passarmos.
Tenho tropeçado em muitas.
Mas acredito que se não fossem
os verdadeiros amigos
tropeçaria muitas,
mas muitas, mais vezes.
Aos inimigos
(porque sem eles
eu não saberia
quem são os amigos),
aos que se dizem amigos
(porque lá vão
estendendo a mão,
às vezes com visível custo)
e aos verdadeiros amigos
(porque, apesar de poucos,
são preciosos)
desejo em bom Natal
(na proporção
que cada um deles merece).
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
«Borja da Costa - Poemas - Klibur Dadolin»

A Lidel anuncia o lançamento do livro “Borja da Costa - Selecção de Poemas / Klibur Dadolin”, da autoria de Luís Costa, que apresenta uma compilação de poemas de Borja da Costa, seu irmão, numa edição bilingue, em português e em tétum.
Os poemas de Francisco Borja da Costa mostram o profundo conhecimento das regras de poesia tradicional, em que transparece o desejo de sensibilizar o povo explorado, através de uma linguagem que está enquadrada no espírito da época anti-colonial e na luta social através da revolução.
Tal como é referido num dos seus poemas, “Porque é que o Timorense há-se curvar-se para sempre?”, “Abre os olhos, o novo dia chegou à nossa terra”.
A sua poesia aborda os problemas regionais a nível da educação e do desenvolvimento, sendo influenciada pelos movimentos de libertação africanos e dos estudantes da Casa de Timor em Lisboa, bem como, pela percepção das injustiças e desigualdades com que se foi deparando na convivência com os portugueses na tropa e aquando do seu trabalho na administração pública.
Esta obra reúne os poemas de Borja da Costa, em edição bilingue – Português/Tétum ou Tétum/Português, conforme a língua do original – traduzidos pelo seu irmão Luís Costa que os organizou e ainda aperfeiçoou algumas traduções já existentes.
“Estrela d’Alva no Céu
Francisco Borja da Costa nasceu em Fatu-Belak, no dia 14 de Outubro de 1946. Entrou para a função pública, em 1967, a título experimental. De 1968 a 1971 cumpriu o serviço militar obrigatório e, terminado o mesmo, regressou à função pública, na categoria de aspirante da Repartição de Gabinete.
Em 1973 esteve em Lisboa de licença onde frequentou a Casa de Timor. De regresso a Díli participou mais activamente nos encontros nacionalistas e, quando se deu o 25 de Abril de 1974, entrou para o movimento ASDT (Associação Social Democrática Timorense).
No dia 7 de Dezembro de 1975, dia da invasão indonésia, desprevenido e sem possibilidade de fugir para as montanhas, Borja da Costa foi assassinado nessa madrugada à frente da sua residência em Kolan-ibun, Bairro dos Grilos.
O seu corpo juntamente com o de outros membros da Fretilin e da Apodeti (Associação Popular Democrática de Timor) foi lançado ao mar tendo sido enterrado, posteriormente, na praia entre Lecidere e a ponte Santana, segundo dizem, ao pé de um coqueiro.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
O silêncio que se ama e respira

beber o infinito, e chorar a saudade
que fez do pai um pobre sonhador
que não sabe se sonha
ou se se limita a olhar
o passado pelos recantos
do futuro, ou pelas esquinas
que no presente moribundam.
Eu sei que reponho o sonho
no que não me limito a olhar
seja o futuro ou o presente
pelos recantos do passado.
Não te importes com as lágrimas
que inundarão a terra quente,
a terra quente da minha de Angola.
Nesse dia, entre o silêncio,
o infinito e a saudade nascerá uma flor.
Que flor? Perguntarão alguns,
ao verem-te olhar o horizonte
pelo sorriso que foi do teu pai.
Não te preocupes porque essa será
uma flor tão rara que só tu verás,
que só nós dois sentiremos.
«Chicoronho», de Jorge Caluquembe
terça-feira, 17 de novembro de 2009
A Poesia de Timor: «de olhos Lavados»

A Lidel anuncia o lançamento do livro “de olhos lavados / ho matan moos”, um conjunto de poemas da autoria de António José Borges, com Timor-Leste em pano de fundo. Tendo como foco central Timor-Leste, as suas gentes e as suas paisagens, para além de outras paragens físicas e da alma, de olhos lavados, é o primeiro livro de poemas do autor e pode ser considerado como a narração lírica de uma viagem real e metafísica em que o autor pretende dar a impressão que o livro respira.
Este percurso definido, apesar de subtil, aspira a fazer o leitor sentir o que não sente. Desde o Douro até Timor-Leste, com passagens intermédias e não muito declaradas, apesar de localizadas, pela Indonésia e pela Tailândia, esta que motiva no autor um poema em pleno voo e inspirado pela reflexão, de olhos lavados termina sob o signo da saudade futura de um tempo presente e a esperança global num futuro diferente do passado.
Edição bilingue, com tradução do poeta timorense Abé Barreto Soares para Tétum, com ilustrações com colagens da artista plástica suíça Piera Zürchter, esta obra prima pela intersecção da imagem com a palavra e encerra em si uma poesia que oscila entre o concreto e o hermético, mas onde o pormenor surge sempre como núcleo do texto poético.
Urbano Tavares Rodrigues comenta esta obra como uma, “viagem iniciática, através do amor, da dádiva e do diálogo com a terra, metafórica visão de um paraíso agreste, da humildade e da escassez, “de olhos lavados” é bem a revelação de um autêntico poeta, de quem muito há a esperar.”
“a partida é sempre anterior
a sinto na alma dividida
esta caminha na cor indefinida do céu
do Douro amor rasante ao Timor de paixão tocante”
In “de olhos lavados”; pág. 15
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
(In)certezas da saudade

poderei levar os meus filhos,
e os filhos dos meus filhos,
aos recantos e esquinas
da minha cidade,
dando-lhes a respirar
o horizonte que cheira
e sabe a infinito.
Sem palavras explicaria tudo.
Explicaria porque,
nas madrugadas embevecidas
pelo silêncio da pequenez
respiro o choro
de uma dor crónica.
Um dia, com ou sem o pai
com ou sem o avô,
eles acabarão por conhecer
a minha (e deles) terra.
mesmo sem saberem
o sítio exacto onde deixei
o cordão umbilical,
vão respirar o silêncio,
beber o infinito
e dormir embalados
pela certeza de que o pai
tinha razão
quando chorava
de saudade.
uma lágrima no canto do olho.
Uma lágrima que ao cair
na terra quente de Angola
fará nascer uma flor.
Uma flor sem nome,
uma daqueles flores
que só alguns vêem,
que só alguns sentem.
domingo, 15 de novembro de 2009
Movimento pelo Cineclube do Porto

Foi neste cineclube que tiveram lugar grandes acontecimentos culturais, como a Semana do Novo Cinema Português e as primeiras Conversações Cinematográficas Luso-espanholas. Não se cingindo às sessões regulares, o Cineclube do Porto alargou-se aos domínios da música e do cinema experimental e documental, de que o Auto de Floripes, é o melhor exemplo.
Chegou a ser, nas décadas de 60-70, o maior Cineclube da Península Ibérica, com milhares de associados. O seu prestígio além-fronteiras era tal que foi aceite como representante dos cineclubes portugueses no acto da fundação da Federação Internacional de Cineclubes, que teve lugar no primeiro Festival de Cannes do pós-guerra - isto contra a vontade do Secretariado Nacional da Informação do Regime que pretendia, abusivamente, representá-los.
Neste contexto, um grupo de cidadãos portuenses, com o maior apreço pelo Cineclube do Porto e pelo importantíssimo papel que este desempenhou durante décadas, está preocupado com a situação actual.
Várias vicissitudes fizeram com que esta instituição fosse definhando, pondo em risco o seu valiosíssimo acervo documental, bibliográfico (incluindo revistas especializadas, nacionais e estrangeiras) e filmográfico. Uma pequena parte deste espólio esteve já em exposição no Arquivo Histórico Municipal do Porto, situado na Casa do Infante, a propósito do Centenário de Manoel de Oliveira, entre Dezembro de 2008 e Fevereiro deste ano.
Mas neste momento, as suas instalações degradam-se e a sede já foi objecto de uma acção de despejo e actos de vandalismo. A actividade cineclubista é também praticamente nula, sem exibições regulares ou qualquer abertura ao público. Inscrever-se como sócio é impossível, contactar com a Direcção também, conforme constatamos nas últimas semanas.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
«Histórias para lermos juntos»
Entrada livre e, obviamente, aconselhável a todas as idades.
Sempre gostei de lhe chamar Clarinha!
Talvez porque …
Abre um claro e sorridente espaço às qualidades dos seres que giram à sua volta.
Ama a Vida e o seu trabalho, ligando, claramente, as pessoas a esse amor.
Partilha a leitura e a escrita de estórias de forma tão clarividente que a seguimos, como se lhe déssemos a mão, por lugares reais e imaginários.
Capta, no seu dia-a-dia, pedaços de vida, clareando-os, inteligentemente, com humor, doçura e beleza. Cria estórias que são viagens-pontes para uma solidariedade universal.
Juntos, então, abramos página a página…
Doutora Sssapientísssima: As voltas que a sabedoria dá para se tornar mais clara.
Uma Tarde Fenomenal: Prodígios que caem aos nossos pés, como laranjas, ou desabam sobre a nossa cabeça, como granizo.
Uma Gata Especial: Um menino curioso, uma gata diferente, um país de sol e frescas sombras.
A Magia do Natal: Questões de uma menina que começa, atentamente, a compreender mistérios do Natal e da Vida.
A Formiguinha Adosinda: Um menino brilha, tem cabelos cor do sol e compreende a linguagem de uma formiguinha, que busca sabores trazidos pelo Verão.
O vestido: A luz do dia produz novos seres. Podem viver estórias que o tempo não apaga.
Amir Aziz: Ninguém tem o poder sobre todos os oásis e muito menos de tornar a vida dos outros num deserto.
Anões e Gigantes: Seres retirados das trevas por outros, aparentemente, pequenos e frágeis.
O Sonho – Um sonho para uma vida e um mundo que se querem diferentes.
A Festa e Os Intrusos: Personagens surpreendentes que clarificam a Gramática na Festa das Palavras e da Linguagem.
Isaura, Maria Clara Miguel - dois nomes para um rio que, sereno e luminoso, começa a correr…
Dolores Garrido
Maria Clara Miguel é também Isaura Afonseca, professora de Português e Francês na Escola Secundária de Gondomar. Mora no Porto. Sempre gostou de ler, principalmente ficção ou, como agora se usa dizer, estórias - longas ou curtas. Porém, só há pouco tempo descobriu a escrita. Esta escrita.
A Stora, de 43 anos e mãe de dois petizes, cansou-se de só escrever relatórios, actas e recados e decidiu, também ela, "brincar ao faz de conta", ser outra e pôr a Vida no papel. Elegeu os mais pequenos como protagonistas, porque, como dizia Fernando Pessoa, "o melhor do mundo são as crianças"!
E os sonhos... diz, também, ela.
E que pena é não haver biografias feitas de sonhos! Esta seria bem mais longa...
sábado, 7 de novembro de 2009
Galhos partidos pela saudade

tão felina quanto agre e agreste
nas vidraças do meu triste coração.
Fiquei sem saber se era pesadelo
ou apenas a saudade de uma dor
que fez da oração um simples abafo.
Olhei a penumbra que vinha do sul
como se com ela viessem notícias
da minha banda, da outra banda.
Fiquei sem saber se a saudade vive
ou se apenas é miragem africana
num coração que baloiça ao vento.
Olhei a madrugada que sonolenta
dormia aos pés da noite sem luar,
como se fosse um canto nostálgico.
Fiquei sem saber se aquele sabor
a loengos nas esquinas da alma
era mais do que a noite esquecida.
Olhei o dia que não nascia como devia
à procura de uma razão para amanhã,
mesmo que ténue no meu horizonte.
Fiquei sem saber porque não canta
o catuitui que todos os dias poisa
nos galhos partidos da minha alma.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
"Pedaços de Vida" de Divaldo Martins

"Falo sobre a vida de um grupo de pessoas, isto é, a existência de pessoas que, no fundo, se reproduzem nas nossas vidas, pois todos confrontamo-nos com a morte, temos dores, prazeres e amigos. O romance fala de tudo isso, mas centralizando um facto verídico".
De acordo com o escrito, todos os cidadãos são num instante de sua existência um pedaço da vida de outras pessoas."Na verdade, não somos mais do que pequenos fragmentos soltos", disse.
Segundo Humberta Martins, personagem da história, quando começou a ler o livro, crescia a vontade de virar imediatamente e passar à próxima.
Disse ter sido nesse momento que percebeu que o escritor não tinha inventado nada e apenas contava a história da vida.
"Por mais que cada um de nós julgue que está a viver a sua vida própria vida, na verdade vive parte da história do mundo, o que causa a integração de uns com os outros", acrescentou.
"O que nós fazemos, mesmo sem saber, afecta hoje ou amanhã a vida de outras pessoas. Um gesto de carinho, uma palavra de afecto, todas essas atitudes aparentemente individuais fazem parte do entrosamento do mundo e transformam a dinâmica da vida, da nossa e de outras", sustentou.
Divaldo Martins nasceu em Luanda, a 27 de Fevereiro de 1977. É licenciado em Ciências Politicas, pelo Instituto Superior de Ciência Politicas de Segurança Interna, de Portugal.
Mestrando em Estratégia, pelo Instituto Superior de Ciência Social e Politica, frequenta o 4º ano de Direito na Universidade Agostinho Neto.
Estudou Letras, especialidade de Português, até ao 2º ano, no Instituto Superior de Ciência da Educação de Luanda, e foi jornalista da Agência Angola Press (Angop), tendo assinado textos de opinião nalguns dos principais jornais do país.
“As Extraordinárias Aventuras da Justiça Portuguesa”, um livro de Sofia Pinto Coelho
Jasmim da liberdade

implantada algures no Golfo da Guiné
perdi o encontro, o encanto milenar
O silêncio, o ardor e o meu doce olhar
Desencontro o luar do meu cabelo
no rio, dominado pelo génio dos jasmins
Jaz o silêncio das suas margens
Só, no luar das noites não deixarei de me amar
Adoro o silêncio das manhãs
e a sonoridade das folhas das plantas
Aguardo a deusa Kalunga
que ressurja do fundo das águas
e alerte o génio dos jasmins
para me transformar
perfumar
Todos os dias com e sem amanhãs
jasmim-da-noite, dama-da-noite
Eis que aportam os navios
já antes navegados
Partiram
mas, regressaram da Ocidental civilização
e outra vez me desgraçam
Vivia com as flores, com os jasmins
amarelos, azuis, brilhantes
imperadores, dos rios
dos poetas, estrelas, verdes, vermelhos
Pedi ao deus das florestas
que me navegasse num navio feito de jasmins
Que me fecundasse no seu sémen
num profundo jasminal
E pela manhã quando a lua despertar
do seu sono nocturno
Encontrar-me-á a cantar
E fará de mim uma estátua jasminácea
Serei a semente do novo amor
que a minha Angola perdeu
perdida, afundada nas multinacionais
Regar-me-ei com as lágrimas
do nosso povo infeliz
Sem amor
subjugado, espoliado, acorrentado
Escravizado pelos filhos milionários
do Rei
Serei santificada pelo génio dos jasmins
e dos enamorados na Angola
finalmente libertada
E as aves poisarão sempre no meu pólen
e para sempre serei abençoada
O perfume do meu pistilo imortalizar-se-á
e nos próximos dias
A nossa liberdade será louvada.
Gil Gonçalves
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Maria Alice Gouveia - «O filho não é meu»

"Depois do Poema", livro de Jorge du Val
Apresentação estará a cargo de Pedro José Barros, jornalista. A editora adverte que o consumo deste livro pode prejudicar seriamente a ignorância e a iliteracia.
Depois do Poema:
Este livro são 20 unhas a escavar o cimento. É a voz de quem, de tão só, só está. É também um oceano de sonho a fermentar, uma batalha a travar. É escárnio, é caos de Joker, sanidade de um louco. São avalanches e a planta indefesa apanhada no meio. São pontas de um icebergue prestes a derreter. São cinzas de cigarro feitas gente. É emoção branca, virgem e um abraço. É A palavra de quatro letras começada por A.
O autor:
Questionado sobre o que faz na vida, responde que corta cabelos para sobreviver e escreve para viver. Iniciou-se aos 13 anos na actividade que ainda hoje exerce, a de barbeiro. Amante da verdade, acima de tudo, e possuidor de uma inspiração de origem duvidosamente humana, começou também cedo a escrever.
Não é Doutor nem Engenheiro, tão-somente um Mestre nas palavras, que são uma constante da sua vida. Amante de Pessoa, partilha com o Poeta a permanente angústia de quem não é deste mundo de coisas.
Foi convidado a publicar numa antologia de poesia lusitana em 1999 – Poesis - e obteve o 1º lugar no III Prémio Literário de Poesia Brito Broca 2003, no Brasil. Além da poesia, a música é também uma constante. Compositor de letras, muitas já editadas, já teve uma editora – Cromos da Música – e participou em festivais infantis.
Partilha de uma sede de viver em contradição com o seu prognóstico de vida curta. A caneta é uma constante em todo o lado onde sinta súbitos laivos de iluminação. Depois do Poema é o seu primeiro livro. O nome foi idealizado pelo autor, antes de existir como livro. A capa é da sua autoria. A estrutura fluida da sua poesia foi pensada por um admirador.
domingo, 25 de outubro de 2009
Gigante num sonho por sonhar
perdido nas nuvens da noite preta
entre uma longa vida sem sonho.
Peço-te que me ames um instante
mesmo que seja apenas uma greta
de um amor que em ti ainda suponho.
Não. Não chores quando estás a sonhar
pensando talvez num herói galante.
Não, não chores por mim flor adormecida
no amor que disse que te ia um dia dar.
Sei que sou apenas um poeta falante
gigante anão de uma história perdida.
Em teu rosto lindo e apenas lindo
descansa a dor de cada um desses dias,
na sombra da noite que nunca partiu.
Os teus olhos adormecem rindo
dos versos a que chamei poesias,
dos beijos que só o nosso sonho viu.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
"Operação Dominó" de Luís Miguel Ricardo

Operação Dominó, assim se chama o livro, será apresentado por Jorge Serafim, humorista e contador de histórias.
Antes disso, na 6ª feira, na Biblioteca Municipal de Ferreira do Alentejo, a partir das 21 horas, será feita uma pré-apresentação do livro.
Entrada livre e altamente aconselhável.
Luís Miguel Ricardo nasceu a 25 de Junho de 1973, em Ferreira do Alentejo.Licenciado em Filosofia da Cultura e Formação Educacional pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Pós-Graduado em Ciências Criminais pela Universidade Moderna.
Entre 1997 e 2000, foi Director das publicações “Fazedores de Letras” e “Éthos, Revista de Letras”. Actualmente, é colaborador assíduo no Jornal de Ferreira.
Da sua carreira no campo das letras criativas destacam-se dois segundos lugares em concursos literários nacionais e a publicação de um livro na modalidade de romance: Prémio Literário Lindley Cintra, promovido pela Faculdade de Letras de Lisboa, em 1996, com o conto “Enigma Final”; Prémio Nacional Literário Fialho de Almeida, em 2005, promovido pela Câmara Municipal de Cuba, com o título “Fado Sambado”; O livro “Ritos do Desespero” publicado em 2006, pela editora Campodosmedia.
O romance...
A pacatez de uma aldeia do interior alentejano é subitamente abalada por um crime de contornos vingativos. Com uma vítima mortal e um suspeito em fuga, a equipa da O.S.I.C. (Organização Secreta de Investigação Criminal) entra em campo. O que, à partida, parecia um delito de fácil resolução revela-se, com o avançar das pesquisas, numa complexa e perigosa teia de coincidências e equívocos premeditados. O desenrolar da trama alterna entre dois cenários principais: um Alentejo profundamente rural e a região de New England, nos Estados Unidos da América.
Um romance policial de rosto humano a não perder!
A opinião de Jorge Serafim...
Em “Operação Dominó”, mais do que o deslindar de um crime, Luis Miguel Ricardo deslinda pessoas. Débeis seres humanos feitos e refeitos na rudeza dos dias, aonde a mais banal das ocorrências se traduz nas únicas conversas possíveis.
Aonde a dor e a alegria de uns se materializa eternamente na voz de outros. Enquanto leitores, estamos situados num interior do país que o autor propositadamente, desprovido de quaisquer artifícios de linguagem, põe a cru… O do interior das pessoas que vivem fragilizadas de existirem apenas na geografia que os viu nascer, crescer e morrer.
domingo, 18 de outubro de 2009
Cinquenta anos de (excelente)
Jornalismo feito em Português
No próximo dia 7 de Novembro, a comunidade portuguesa (e não só) no Canadá vai homenagear Fernando Cruz Gomes pelos seus 50 anos de Jornalismo. De Portugal a Angola, passando pelos restantos cantos e esquinas do mundo, Fernando Cruz Gomes deixou a sua arte gravada a letras de ouro.
A qualidade da escrita de Fernando Cruz Gomes pode, a título de exemplo, ser aquilatada pelo mais recente artigo que publicou no Jornal Sol Português, do Canadá, intitulado “Ganharam todos... e ainda bem! “, e que a seguir se reproduz:
«Ganharam todos. E ainda bem! Ganharam todos... quer nas eleições autárquicas, quer nas eleições legislativas! E como ganharam todos... é certo e sabido que quem ganhou... foi Portugal. Foi o Povo, em suma.
Como hão-de ver os conspícuos leitores deste pedaço de prosa... vamos ter, em breve, passados ao papel e na prática, os resultados evidentes destas vitórias tão cantadas por toda a parte.
A nossa gente mais jovem vai, em breve, ter uma Escola que ensine. Não uma escola de "passa culpas" e de atribuição de "canudos". Uma Escola que abra as portas para o mundo do trabalho. Trabalho que dói... mas dignifica. Uma Escola onde o professor ensine e onde os meninos aprendam. Para aqueles não mais o medo de serem confrontados por estes com canivetes e fisgas, quando não com pistolas.
Isso era antigamente...
Desemprego foi chão que deu uvas. Vamos ter é um quadro geral de postos de trabalho que nos dá para escolher. Um quadro geral onde a escolha vai ser facilitada, já que, preparados nas Escolas, podemos encontrar a satisfação das nossa tendências profissionais. Postos de trabalho que facilitem a tarefa dos pais de família em pôr na mesa a comida para todos.
Vamos ter, em breve, uma aula prática de como ser mais cívico. Vamos começar a ver, espalhadas por todas as cidades do nosso País, aquelas caixas onde as empresas distribuidoras põem os Jornais, na certeza antecipada de que ninguém as vandaliza, ninguém tira dois jornais quando por lá põe a moeda para um. É mais uma prova de maturidade que vamos ficar a dever aos bons resultados que os Partidos tiveram nas mais recentes eleições.
Todos ganharam, não é?! – Ganhámos todos, então...!
Até vamos poder escrever, livremente, aquilo que queremos... sem termos à perna aquele mauzão do senhor que põe processos criminais em todos os que lhe não vão comer à mão. Vamos todos, finalmente, ter paz. Os polícias e os guardas vão poder, finalmente, mostrar os seus dotes cívicos – "servir e proteger", como dizem... – porque a criminalidade também vai descer para níveis satisfatórios. Vamos todos, afinal, gozar as delícias das nossas belas praias... sem a toda a hora estarmos a espetar coisas estranhas nos pés, já que, a partir de agora – como nós acreditamos – o civismo vai ser palavra de ordem.
Sonhos? – Não... não é sonho. É que todos os Partidos, com contas e mais contas, acabam de dizer que ganharam. Que a vitória foi deles. Que... Ora, sendo assim, e como o povo é quem mais ordena, o Povo, decerto, lhes deu estas indicações e estes mandatos. De resto... alguns até estão bem escarrapachados nos programas eleitorais.
Vivó! O Povo... soube escolher. E deu a vitória a todos... »
terça-feira, 13 de outubro de 2009
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Silvino Évora lança “Rimas no Deserto”

Silvino Lopes Évora é natural de Chão Bom, Concelho do Tarrafal de Santiago. Depois de dois anos de experiência a dar aulas na Escola Secundária do Tarrafal, viajou para Coimbra para cursar Jornalismo, depois do qual especializou-se em Jornalismo Judiciário. Prepara, neste momento, a sua tese de doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade do Minho, onde, em 2006, concluiu o Mestrado na mesma área com a classificação máxima. A apresentação de ‘Rimas no Deserto’ em Cabo Verde acontece oportunamente.
Sinopse do Livro
Rimas no Deserto é uma obra híbrida que procura, através da poesia, captar a atmosfera social do mundo moderno, olhando para várias problemáticas, equacionando determinadas questões, interrogando a vida e a forma como, muitas vezes, certas pessoas têm que remar contra ventos e marés para poderem pôr de pé um projecto de vida.
Olha para Cabo Verde, questiona o impacto da falta de pluviosidade na vida das populações e a condição arquipelágica do país, que coloca as pessoas de frente com o mar, que é fonte de dor e de esperança: dor da saudade daqueles que partem e esperança de que possa ser o caminho para uma comunicação fluente com outros mundos.
A obra não olha só para o arquipélago, mas para a África, de uma forma geral, captando a forma anímica como as pessoas lutam para vencer, contrariando a força do vento. Daí rimarem no deserto, que é como quem diz, remarem contra as dificuldades.
Rimas no Deserto é uma obra abrangente. Da África, salta para a Europa, fala da magia da Cidade de Coimbra, canta a força das águas do Rio Mondego, o amor e aborda questões existenciais da vida, do lugar que a palavra ocupa para criar os sentidos à volta do ser humano, dos seus sentimentos, do seu mundo e da sua existência. Rimas no Deserto fala do mar, da partida, da saudade, do amor, do silêncio, da noite, do fogo do vulcão, da luz e das trevas, das superstições que povoam o imaginário das pessoas, da sensibilidade da mulher e até de heróis da guerra.
Excerto do Prefácio escrito por Albino Luciano Silva:
“Rimas no Deserto é um convite a uma viagem descalça à praia das nossas inquietações onde o passado, o presente e o futuro se confluem entre olhares de quem ganhou amores que se partiram, encontrou a beleza nas pequenas insignificâncias e a esperança em cada grão de areia que antes era parte consistente de uma rocha maior e que hoje, humildemente, acaricia os pés do viajante, ajudando-o a rimar pelas dunas deserto afora.
A sensibilidade com que o autor vestiu a obra permite-nos ver os grãozinhos de areia (as letras) como o conjunto de sementes (as palavras) que formam o nosso corpo (a frase) que, sozinhos, têm um significado desprezível, mas, cujo conjunto (o estrofe), descreve o poema de um ser atómico, de tez romântico e poético que habita dentro de cada um de nós. Um ser que rima, (des)construindo o seu próprio deserto, ou seja, a sua própria aventura”.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Victor Burity da Silva em Luanda e Maputo

As obras, a serem publicadas pela Plural Editores, empresa do grupo Porto Editora, devem ser apresentadas pelo também escritor Artur Pestana “Pepetela”.
Os livros que já estão disponíveis em Portugal através da Porto Editora, estarão também em Moçambique através da Plural Editores Moçambique.
Parte do “Rua dos anjos”, com 80 páginas, “está publicada em manuais escolares angolanos (12ª classe) e é estudada no ensino superior cabo-verdiano.
Segundo Pepetela, o livro “Este lago não existe” é “um longo poema de amor”, que “mescla luz e trevas, real e imaginário”, sendo propício para “ler devagar”.
As obras inauguram a "Colecção Literatura Plural", da editora Plural Editores.
Victor Burity da Silva nasceu na cidade do Huambo, a 28 de Dezembro de 1961, tendo estudado jornalismo em Lisboa, Portugal.
Arquitecto Souto Moura visita obra
do Coliseu de Viana do Castelo
A empreitada de construção, que já implicou o processo de perfuração e injecção de betão a jacto, para defender a estrutura da invasão de água junto à linha do rio Lima com a implantação de 800 colunas em betão com oitenta centímetros, parcialmente sobrepostas, passa agora pela complexidade de construção da laje de fundo, que serve de base ao edifício, que será caracterizado pela transparência do vidro.
O equipamento, desenhado por Souto Moura, terá uma área de implantação de 3.792 metros quadrados com 70,1 metros de comprimento, 54,1 metros de largura e 9,12 metros de altura. Situado junto ao rio Lima, o Coliseu estará preparado para acolher eventos de grande dimensão como festivais de música, concertos, cinema, congressos, exposições e feiras.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Luandino Vieira apresenta livro em Portugal

quarta-feira, 23 de setembro de 2009
... e existem pelo pelo menos 100 razões!

domingo, 20 de setembro de 2009
Só 28 estátuas ganharam nova casa
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1366902
Legenda: Eu mais o Homem T do meu amigo Agostinho Santos
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Núcleo Museológico em Castelo de Neiva

A abertura do espaço museológico é fruto de uma parceria entre a Câmara Municipal e os grupos folclóricos de Castelo de Neiva e integra ainda a inauguração do novo centro cívico da freguesia.
Este núcleo museológico integra uma exposição onde constam objectos ligados à apanha do sargaço como um palheiro de sargaço, uma jangada e utensílios diversos utilizados mas também uma mostra com imagens da apanha do sargaço em Castelo de Neiva, o visionamento de um filme sobre o sargaço, suas tradições e história e ainda a mostra dos vários tipos de sargaço e a nova colecção de sabonetes feitos com base nas algas colhidas na freguesia, e que será apresentada nesta cerimónia.
Do programa de inauguração consta uma visita à praia da Pedra Alta durante a baixa-mar a partir das 10h00 e uma apresentação, pelas 12h00, que será feita pelo Professor Doutor Leonel Pereira, do Departamento das Ciências da Vida da Universidade de Coimbra, coordenador nacional do portal português de macro-algas e um dos responsável da Algoteca da Universidade de Coimbra.
O novo Núcleo Museológico do Sargaço de Castelo de Neiva integra a Rede de Núcleos Museológicos do Museu do Traje, que integra ainda os núcleos dos Moinhos de Água da Montaria, o Museu do Pão de Outeiro (cujas visitas podem integrar a cozedura de pão), o Museu Agro-Marítimo de Carreço e os moinhos de vento de Carreço (onde, em visitas organizadas, podem ser feitos piqueniques junto ao moinho com aperitivos como a famosa salada de “lamparões).
Para além do novo Núcleo Museológico do Sargaço de Castelo de Neiva, a Câmara Municipal de Viana do Castelo está também a preparar a inauguração do Núcleo Museológico da Casa das Artes / Centro Histórico de Darque e, na forja, está também um núcleo museológico dedicado ao linho, a instalar na freguesia de Perre.
Esta Rede de Núcleos Museológicos é dinamizada pelo Museu do Traje de Viana do Castelo, situado na Praça da República em modernas instalações que surgem da remodelação do edifício Estado Novo do antigo Banco de Portugal, e que organiza visitas ao espaços que, aliás, tem registado uma grande número de visitas.
sábado, 12 de setembro de 2009
Honoris Causa para Malangatana

"Ainda não tem data marcada mas é muito possível que seja em Fevereiro", informou hoje o pintor à agência Lusa na Guarda, à margem da inauguração de uma exposição na galeria de arte do teatro municipal local.
Malangatana Valente Ngwenya, que já possui um título idêntico atribuído pela Universidade Politécnica de Maputo, afirmou que recebeu a notícia "com grande satisfação" e que ficou "muito contente".
"Já me foi dada carta aberta para ter um padrinho, vou-me preparar para ver o que posso apresentar para esse prémio que vou receber e estou a preparar uma exposição" para Évora, adiantou.
Malangatana nasceu em Matalana, distrito de Marracuene, Moçambique, a 6 de Junho de 1936 e expõe pela primeira vez na cidade da Guarda.
A mostra intitula-se "Encontro com Malangatana" e ficará patente na galeria de arte do Teatro Municipal da Guarda (TMG) até 01 de Novembro.
É composta por três secções, uma com 21 desenhos (que pintou para ilustrar o livro "24 poemas e outros inéditos"), outra com 18 desenhos a tinta-da-china (elaborados entre os anos de 1970 e 2008) e a terceira composta por 18 pinturas (desde 1971 até aos dias de hoje).
O pintor disse à Lusa que está "feliz" por expor na galeria de arte do TMG, numa cidade do Interior do país.
"Sinto-me feliz porque estive em muitas partes do mundo e nesta parte do Interior o desenvolvimento não é como em Lisboa, Porto ou Coimbra, mas existe um teatro muito multifacetado, que permite que as pessoas que não se podem deslocar a Lisboa ou ao Porto possam ter aqui uma gastronomia cultural sem grande dificuldade", considera.
O pintor explicou que nas obras expostas aborda temas diversos como "situações do dia-a-dia, o erotismo, o sensualismo da vida, a mentalidade do homem, sonhos passados e presentes e um pouco as turbulências" da sua vida.
"Nalguns casos até aponto uma certa raiva em relação aos acontecimentos a que temos assistido em pleno século XXI, como as guerras", explicou.
Américo Rodrigues, director artístico do TMG, referiu o facto de a mostra incluir "desenhos e pinturas que são expostas pela primeira vez", que fazem parte da colecção privada do artista.
"Para nós é uma grande honra recebê-lo aqui", disse o responsável TMG, dirigindo-se a Malangatana e referindo que o nome do pintor estava na agenda do teatro "desde o primeiro minuto, pelo brilhantismo do seu trabalho, da sua carreira, pela afirmação que tem a nível internacional e, também, por África".
Na inauguração da exposição "Encontro com Malangatana", comissariada por Filomena André, também marcaram presença o director regional da Cultura do Centro, António Pedro Pita, e o vereador do pelouro da Cultura da Câmara da Guarda, Virgílio Bento.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Fernando Pessoa na Escola Filipa de Vilhena

As comemorações dos 120 anos do nascimento do poeta Fernando Pessoa inspiraram a realização deste filme que, segundo os elementos do grupo, é apenas mais um olhar sobre o processo de escrita e sobre o jogo dos heterónimos mais conhecidos do grande público, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.
Para que haja distinção do trabalho realizado no âmbito da Oficina de Expressão Dramática, o grupo de teatro da Escola Secundária Filipa de Vilhena, passa a chamar-se "Máquina de Nuvens".
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
“O Escurial”, pelo Teatro Art’ Imagem
Ficha artística:
Encenação e interpretação: Flávio Hamilton e Valdemar Santos
Desenho de luz: Leuman Ordep
Concepção plástica: Teresa Alpendurada
Sinopse:
Sobre o texto:
Sobre o Autor:
Os temas obcecantes da morte, da dor, da irrisão e da loucura, exprimem-se sem recurso à metafísica, num estilo próximo dos mistérios, numa linguagem que se entrega, na sua extravagância, como veículo do espírito atormentado e do corpo torturado. Esforçando-se por voltar às origens do teatro vivo e popular, rejeita a psicologia, substituindo-a pelos elementos visuais e gestuais, atribuindo aos objectos e ao cenário um valor de símbolos.
“Para mim, o teatro é um jogo do instinto. O autor dramático, não deve viver senão de visão e de adivinhação. A inteligência é secundária”.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Alberto Carneiro na Fernando Santos
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Exposição do Ouro de Viana do Castelo
viaja até São Salvador da Bahia (Brasil)
A viagem da exposição do ouro de Viana do Castelo, que estará patente entre Novembro de 2009 e Fevereiro de 2010 e será inaugurada a 05 de Novembro (data da fundação do Museu), nasceu de um convite feito pela directora do Museu com sede em S. Salvador da Bahia e foi secundado pelo Cônsul de Portugal na Bahia, por considerar que a exposição e a inauguração do monumento ao herói Caramuru seria uma excelente oportunidade de divulgar a cultura viananse e fortalecer as relações históricas e diplomáticas com S. Salvador da Bahia, com quem Viana do Castelo está geminada.
A exposição de ouro tradicional que será exposta na Bahia aborda o passado e o presente do ouro tradicional de Viana do Castelo, integrando peças como as arrecadas, os brincos à rainha e os fios de ouro, característicos dos trajes utilizados pelas mulheres de Viana do Castelo.
A mostra, que integra os trajes de Perre e Areosa devidamente apetrechados com ouro e a imagem de Nossa Senhora das Dores da Meadela, inclui ainda a exibição de um filme produzido pela Ao Norte - Associação de Produção e Animação Audiovisual que, para além das peças do ouro de Viana do Castelo, apresenta imagens das oficinas dos artífices de ourivesaria em Sobradelo de Goma e do Museu do Ouro de Travassos (Póvoa de Lanhoso).
Teatro cómico na Maia em Outubro
Este festival, único no género em Portugal, tem vindo a apresentar o teatro cómico em todas as suas vertentes, da grande comédia - clássica ou contemporânea, ao teatro de rua, do musical à mimica, do "stand-up-comedy" ao novo circo, das marionetas ao café-teatro, da nova "comedy" à "musicomédia", trazendo à cidade da Maia prestigiadas companhias nacionais e estrangeiras que apresentam os seus espectáculos para um numeroso público, que na última edição ultrapassou os 12 mil espectadores
Para a edição deste ano, cuja a programação completa será dada a conhecer a partir de 15 de Setembro, a maior parte dos artistas e companhias convidadas apresentam-se pela primeira vez na Maia e, as estrangeiras, em Portugal, abarcando os seus espectáculos mulcifacetadas visões e formas como o humor é hoje representado no teatro e artes performativas.
Podemos desde já adiantar, que para além de prestigiadas companhias nacionais estarão presentes colectivos artísticos de várias regiões de Espanha, Argentina, Brasil, Guiné-Bissau e Inglaterra.
Leo Bassi, o irreverente "clown" italo-americano radicado em Espanha volta ao Festival com a sua nova criação "Utopia" e a companhia de teatro cómico mais internacional espanhola Yllana apresenta-se também com os seu novo espectáculo "Zoo", dois espectáculos a não perder, dado que o público do Festival conhece bem estes dois nomes do teatro cómico mundial.
Os muitos espectadores do FITCM poderão, assim, assistir a uma miscelânea de géneros e disciplinas teatrais que constituirão um verdadeiro panorama do teatro cómico contemporâneo, onde a inteligência e o divertimento se entrelaçam harmoniosamente num humor libertador.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
"Uma questão de carácter"

Na introdução, Rui Moreira explica que o livro surgiu na sequência da sua participação, em Março de 2009, no ciclo de conferências "Olhares Cruzados", promovido pelo Público e pela Universidade Católica, sobre "O Porto e o Mundo".
Terminado o ciclo, o empresário sentiu que muito tinha ficado por dizer sobre a sua visão para o Porto no contexto nacional e internacional, pelo que decidiu avançar para um livro num momento em que, como refere na introdução, o Porto de antigamente, liberal, amante do trabalho, orgulhoso, está a ficar, "enquanto sociedade, menos liberal e permeável, mais fechado e agreste".
"Até as suas elites parecem desmobilizadas, descrentes e, por vezes, rancorosas", lamenta, citando Agustina Bessa-Luís para dizer que a cidade "perdeu a sua graça".
"É dessa falta de graça que se queixam alguns dos que sempre gostaram do Porto e que hoje, quando por cá passam, se espantam ou até se horrorizam com o que ouvem", acrescenta.
Rui Moreira considera que o Porto de hoje "corre um risco inédito, porque o fim da sua burguesia liberal, o envelhecimento das suas elites tradicionais, parece estar a ocorrer em simultâneo com o aparecimento, aqui e ali, de um proselitismo que não é de bom augúrio nem poderá trazer nada de bom".
Rui Moreira refere-se nomeadamente a "uma nova forma de arrogância, por vezes 'rebocada' pelos êxitos do Futebol Clube do Porto, que parece estar na moda e que nada tem a ver com a velha rudeza que caracterizava a sociedade portuense".
Estes novos tempos e ventos merecem outros lamentos do empresário ao longo do livro: "vão longe os tempos em que a comunicação social do Porto e, em particular, a sua imprensa escrita tinha uma enorme importância. Através da notícia e da opinião, projectava-se a imagem do Porto, da sua cultura e da sua sociedade, muito para além das suas fronteiras".
"Naturalmente, propiciava-se assim a existência de uma forte opinião pública e criavam-se condições para a afirmação e permanente renovação das elites da cidade", recorda.
Hoje, lamenta Rui Moreira, "infelizmente não é assim. Com as televisões e as rádios concentradas na capital, a nossa cidade só é notícia graças às vitórias desportivas do FC Porto e por via das desgraças ou tragédias que acontecem".
"Uma questão de carácter" tem prefácio de Adriano Moreira, que lamenta a "crise da confiança" dos povos ocidentais nos seus Estados, porque "nenhum deles conseguiu salvaguardar as estruturas tradicionais abaladas pelo globalismo sem governança que lhes desactualizou os conceitos estratégicos".
Adriano Moreira considera que, face ao que classificou de "desastre financeiro mundial", o caminho de diminuição do papel do Estado "a favor das privatizações que cresceram do ensino e da economia até à crescente privatização da guerra", sintetizado na máxima "menos Estado e melhor Estado", conduziu as estruturas "à falta de Estado suficiente e sem lideranças".
Fonte: Lusa/Expresso