quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Malangatana esteve em Viana do Castelo
em mais um International Music Festival

Como parte do intercâmbio entre o Festival de Internacional Música de Maputo e o de Viana do Castelo, o conceituado pintor moçambicano Malangatana esteve em Viana do Castelo (Portugal) no VIII International Music Festival, que está a decorrer até ao próximo sábado. Malangatana assistiu ontem ao espectáculo de música de câmara no Teatro Municipal Sá de Miranda juntamente com o Presidente da Câmara Municipal.

Recorde-se que o Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo esteve em Maputo em 2006 para o Festival de Música Internacional local, um convite agora retribuído a Malangatana. Ontem, actuaram no palco do teatro Irina Tseitlin, Masaoki Inoue e Pasha Tseitlin ao violino, Herwig Tachezi na viola de arco, Nikolay Gimaletdinov e Tigran Mouradian ao violoncelo, Katsunori Ishii e Gena Raps ao piano, Filipe Pereira no clarinete e dois já conceituados músicos vianenses: Ana Queirós e Jano Lisboa.

A oitava edição do International Music Festival traz a Viana do Castelo cerca de oitenta jovens músicos de vários países e conta com a presença de prestigiados músicos e alguns dos maiores concertistas do Mundo para orientar masters class de violino, violoncelo, contrabaixo, piano e instrumentos de sopro do Curso de Verão para alunos nacionais e estrangeiros.

O Festival mantém, por isso, a vertente pedagógica com as Master Class dirigidas a estudantes de formação avançada de violino, violoncelo, contra-baixo, piano e sopros, cujas aulas decorrerão nas excelentes instalações da Escola Profissional de Música.

Malangatana (Valente Ngwenya) nasceu em Matalana, Província de Maputo, a 6 de Junho de 1936. Foi pastor de gado, aprendiz de “nyamussoro” (médico tradicional), criado de meninos, apanhador de bolas e criado no clube da elite colonial de Lourenço Marques. Tornou-se artista profissional em 1960, graças ao apoio do arquitecto português Miranda Guede (Pancho) que lhe cedeu a garagem para atelier.

Acusado de ligações à FRELIMO, foi preso pela polícia colonial quando duma leva de prisões que levou à cadeia, entre outros, os poetas José Craveirinha e Rui Nogar.Foi um dos criadores do Movimento para a Paz, do Museu Nacional de Arte e procurou manter e dinamizar o Núcleo de Arte (associação que agrupa os artistas plásticos). Muito ligado à criança, tem colaborado intensamente com a UNICEF e durante alguns anos fez funcionar a escolinha dominical "Vamos Brincar", uma escolinha de bairro.

Malangatana foi membro do Júri do Primeiro Prémio Unesco para a Promoção das artes: é membro permanente do Jurí " Heritage", do Zimbabwe; foi membro do Jurí da II Bienal de Havana; da Exposição Internacional de Arte Infantil de Moscovo; de vários eventos plásticos em Moçambique e Vice-Comissário Nacional par a área da Cultura de Moçambique para a Expo 98.

Malangatana já esteve em Viana do Castelo para a Feira do Livro e da Lusofonia e, entre o pintor moçambicano e o Presidente da Câmara Municipal, existe uma relação privilegiada, tendo Defensor Moura visitado o centro cultural criado por Malangatana na sua terra natal.

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